terça-feira, 31 de julho de 2007

Aquele miradouro onde me levaste
Aquela paisagem que me mostraste
Aquela sombra onde me sentaste
Aquela brisa quando me beijaste
Aquela carícia depois que me abraçaste
Aquele cuidado com que me trataste
Aquela palavra meiga que na minha alma deixaste
Aquela pessoa que te revelaste
Aquele menino meigo em que me transformaste
Aquele teu regaço onde me deitaste
Acordou-me para a vida.

Joaquim Marques

segunda-feira, 30 de julho de 2007

Aqui estou eu melancólico
Vazio de tudo, cheio de pensamentos
O coração apertado, o amor ausente
Os sonhos sonhados distantes
Uma dor que vem de dentro
Este silêncio tão diferente
Da almejada paz interior.
Meu Deus mas porquê esta dor?
E tu pedaço de papel, ecrã branco do papel virtual
Registas-me aos soluços
Palavras sem tino, vozes do meu destino
Não sou poeta, nem quero ter essa meta
Não sei porque aqui estou, nem porque a dor não passou
Há tanta bruma neste dia ensolarado
Não sei navegar por instrumentos
Não sei como se levanta voo destes tormentos
Estou assim triste, será que o amor existe?
Porque me isolo então? Porque te espero nesta solidão?
Porque me dói e eu nem sei quem és?
Porque é que depois destas linhas continuo melancólico?
Alguém me venha socorrer
Alguém livre, disponível, mas que seja do meu querer
Pois tantas podiam ser, mas só tu me fazes falta.
Só tu, somente tu. E sei que não virás.
Será sempre assim que me castigarás.
Eu sei.

Joaquim Marques

domingo, 29 de julho de 2007

Será que também sofres assim como eu?
Pergunto-me mil vezes ao dia
Quando acreditei em ti e pensei que te conhecia
Eu sabia dar-me a resposta
Agora parece que o nosso amor morreu
Fiquei com o nosso amor só meu
Tu ficaste livre do teu.
Acreditando na lei das compensações
Se eu sofro tu estás alegre
E terás as tuas razões
Que a sorte te guie
E o Sol te alumie
Talvez só assim o meu coração sossegue.

Joaquim Marques

sábado, 28 de julho de 2007

Sorrio como nunca fiz
Sorrisos de alegria
Sorrisos pela nossa empatia
Pela tua entrega, pela minha ousadia
De enfrentar o destino
De ter sofrido o que me custou
O sorrir triste que agora o vento levou
Sorrio, sorrio, sorrio
Porque não és uma quimera, uma fantasia
Sorrio tanto
De pasmo pela sorte que enfim mudou
Sorrio porque és
A pessoa que a minha alma queria
Mudaste-me o semblante
Mudaste-me a carestia
De afecto, de carinho, de amor
Com essa tua beleza interior
Com essa graça bendita
Que é o teu amor
Sorrio sempre que penso em ti
E como penso em ti a toda a hora
Sorrio até quando a minha alma chora
Pelos anos que vivi
Pela procura que fiz de ti
Pelos erros que na vida cometi.
Sorrio porque a chama voltou a acender
Sorrio porque finalmente vou-te ter
Sorrio a Deus
Esta é a minha forma de Lhe agradecer.


Joaquim Marques

quinta-feira, 26 de julho de 2007

Ao meu blog

Um dia destes vou-te matar!
Ai vou vou...
Há uns tempos que te ando a avisar!
Não estás a cumprir a função para que foste criado.
Não és um diário. És um suporte electrónico onde publico os meus escritos.
Aqui publico textos com 30 anos, com 3 meses, com 3 semanas, alguns com 3 dias.
É tudo requentado.
Mas tu despertas interpretações erróneas.
Só a trabalheira que me dá ler e rejeitar cada "espécie" de comentário ( anónimo, evidentemente)...
Portanto, já sabes, encomenda a tua alma ao criador...

Joaquim Marques
Mostrei-te o meu primeiro escrito
Manuscrito
Continuo há trinta anos aqui
Esperando por ti
Só tu és merecedora
Desta espera, desta minha opção
De te amar na solidão.

Joaquim Marques

quarta-feira, 25 de julho de 2007

Ontem à tardinha, era quase anoitecer
Aconteceu-me algo inesperado
Algo que só nos cinemas vi acontecer
O sol voltou a nascer
E eu, um menino de olhar esbugalhado
Deixei-me envolver
Por aquela luz, por aquele alvorecer
Iluminou-me tanto, tão intensamente
Abraçou-me, beijou-me, tocou a minha alma levemente
Que eu fiquei paralisado
Incrédulo pelo prazer oferecido
Pela surpresa inusitada, pelo sentimento querido
Saboreando aquele momento intenso
Aquele poder imenso
Que só aos astros é atribuído.
O sol da minha vida veio-me visitar
De fugida, sem eu esperar.

Joaquim Marques

terça-feira, 24 de julho de 2007

Dizem os meus amigos
Que eu sou um bom cozinheiro
Mas não sou
Sou antes um trampolineiro
Um guloso inveterado
Só me dedico à culinária
Quando a minha fome é também gregária
Nessa altura gosto de reinventar o sabor já experimentado
Dando-lhe algo de me mim, da minha arte
Algo que sempre confecciono à parte
Da minha obrigação habitual
Para depois lhes oferecer em salvas de prata
Um cozinhado especial
Como se fosse um poema da minha nata.

Joaquim Marques

segunda-feira, 23 de julho de 2007

Já te perdi
Apesar de nunca te ter tido
Tu és um sonho que vivi
Um amor que em outra vida não ficou esquecido.

Cruzámo-nos, encantámo-nos
Vivemos o idílico
Momentos breves, espaçados
Intensos, inesperados
Mas os comboios das nossas vidas
Seguem em direcções opostas.

Retenho de ti o teu olhar
O teu sorriso, o teu cheiro ao te abraçar
Eternamente gostarei de ti só por gostar
Sem nada te pedir, sem nada te cobrar.

Boa viagem meu amor
Dá atenção ao teu petiz
E nesta vida serás muito feliz.

Joaquim Marques

sábado, 21 de julho de 2007

Salvé 21 de Julho de 2007

O tempo passa...
Um dia destes fui pai
De uma menina muito pequenina
E só nessa altura reparei
No tamanho da palma da minha mão
Enorme, trémula,
Parecia que por ali me saltava o coração.
Depois foi regredindo
Pouco a pouco
Com o passar dos dias
Dos anos, das incertezas, das alegrias
Encolheu como a fibra de algodão
E hoje já não treme a minha mão
Está mais forte, mais rija e consistente
Porque já não és uma menina pequenina
Tornaste-te uma mulher surpreendente
Perspicaz, inteligente
Dona de ti, do teu futuro.
Foram precisos dezoito anos volver
Para a minha mão deixar de tremer.

Joaquim Marques

sexta-feira, 20 de julho de 2007

Tu pedes-me um minuto
E eu dou-te o tempo da minha vida.
E darei eternamente
Mesmo que só em memórias
Eu esteja presente.

Não tenhas pressa
Faz o que tens a fazer
E regressa
Eu estarei sempre aqui.
Há muitas vidas que te perdi
E agora ao te reencontrar
Nunca mais te vou largar.
Vá, faz o que tens a fazer
Arranja-te a condizer
De mão dada vou-te levar
Aos jardins do Paraíso
É para lá que vamos viver
Onde o tempo do nosso querer
Tem milhões de minutos para oferecer.

Joaquim Marques

quarta-feira, 18 de julho de 2007

Estou perdido!
Perdido nesta selva de pensamentos inglórios
Do passado que me pertence,
Presente, sempre,
Na hora amarga
Da retrospectiva profunda.
Perdido de esperança
Que não conheço e alimento
Com ingénuo viver.
Que pensam os outros
Do meu pensar
Quando perdido a chorar
Aperto a dor que não cessa?
Sou assim:
Perdido e a chorar
A existência conseguida
Nesta vala de sangue e de dor
Do passado,
Neste presente perdido.

Joaquim Marques

sábado, 14 de julho de 2007

Cheguei a casa já passava das oito
Arrumei as compras
Deixei a salada e os filetes ali de lado
Não liguei a televisão
Coloquei dois panos individuais novos
Branco pérola
Os pratos da mesma cor e os talheres
Os copos de cristal e os guardanapos
Estava a mesa posta para nós os dois.
Temperei a salada naquela saladeira de cristal
O pão fresco na cesta
Servi no meu prato os filetes
Abri uma garrafa de vinho branco seco
E jantei sozinho contigo
Em silêncio, em harmonia
E decidi de agora em diante assim fazer
Todos os dias
Como hoje
Em que só estiveste presente no meu pensamento.
E assim em paz
Tranquilamente farei o meu luto.

Joaquim Marques

terça-feira, 10 de julho de 2007

Agradecimento

Em 4 meses de experiência blogueira
publiquei 156 escritos
recebi 360 comentários de leitores amigos
alguns (poucos) de menos amigos que recusei
visitaram-me no blog 4980 vezes
visitantes oriundos de 20 países diferentes.

Então não me resta mais que
AGRADECER com um BEM HAJA especial
e prometer-vos voltar a publicar brevemente.

Joaquim Marques

quarta-feira, 4 de julho de 2007

INTERVALO

De 2007-03-04
A 2007-07-04
Todos os dias
Foi muito barulho
Agora
O silêncio
Finalmente, o silêncio
Preciso tanto dele para me voltar a ouvir.
Até a um dia destes
Espero que entendas.

Joaquim Marques

terça-feira, 3 de julho de 2007

Teimoso?!
Dizes que ele é teimoso
E tu? És o quê?
Ninguém teima sozinho!
Insistes em puxá-lo para ti
E ele não arreda pé
Não é?
Se queres que o porco ande para a frente
Puxa-lhe o rabo para trás!

Joaquim Marques

segunda-feira, 2 de julho de 2007

Preguei uma partida a mim mesmo
Uma mentirinha muito pequenina...
Não havendo mais nenhum ser por perto
Pus-me à frente do espelho
E perguntei àquele ser parecido comigo,
Seria eu por certo,
Se era a vista direita que eu apontava
E apontei para a vista seleccionada
E ele, naquele ar altivo, imitador de convicção reputada
Apontou para a vista errada
A esquerda não tinha sido a seleccionada.
Quis-me enganar...
Pedi-lhe então que esperasse ali por mim
E dei meia volta
Saí da frente do espelho.
E nunca mais lá voltei.
O coitado ainda lá deve estar à minha espera.



Joaquim Marques

domingo, 1 de julho de 2007

Já estamos em Julho
já estou na minha recta final
é a ultima volta ao anfiteatro
desta maratona
há muito iniciada.
Iniciei-a confiante
passo a passo, quilómetros galgados
quase fui abaixo, quase esmoreci
vi-os cair, desistir, abandonar
senti as mesmas dores, maiores angústias
duvidei dos incentivos
mas nunca duvidei de mim
e agora olho para trás
como fazem os vencedores
e solitário sorrio, aceno, dou pulos
aceito os aplausos dos anónimos vibrantes
já só me faltam estes últimos metros
e sinto nas pernas do meu querer
forças para outras maratonas vencer.
No entanto choro.
É triste esta minha alegria fugaz
porque não planeei estar só na vitória.

01 de Julho de 2007
Joaquim Marques