Exuberante exagero vagueia pelo pensamento
atordoado pela atoarda lançada
em vil palavras vomitadas
pelos candidatos a cândidos actos,
e eu, o seu alvo desacertado, incólume permaneço.
Depois de amanhã haverá novo começo
entretanto, adormeço.
Sonha, sonha meu herói
sonha, que sonhar não dói
faz votos devotos nos votos postos.
Ouço a voz do povo,
e dos mudos, dos cegos e surdos
sinto-lhes a vontade:
sonham acordar envoltos em sorrisos de esperança banal.
Joaquim Marques AC