domingo, 25 de maio de 2008

Livro III Poema 32

Que significado tem para quem lê
A metáfora incrustada na linha da ideia
Nos fios de seda da teia
Escondidos entre estrofes, o que o meu fígado vê?

É suco biliar, degradando a sacarose ingerida
Transformando de forma desmedida
A ternura romanesca da alma vazia
Que por estar saciada de ar puro, não quereria
Ser lida de outra forma que não a de estar cheia.
Mas sujeita-se o comerciante à opinião constante
De quem sorve uma taça de vinho como panaceia
Da solução de quem deduz o seu destino após ter caído na teia.

Mas é assim, que ao ter-vos dado alforria
Não sou mais o senhor das trevas trovadas
E conformo-me arrepiado com relâmpagos e trovoadas
Que iluminam e queimam em sintonia
O significado transformado na interpretação de quem lê.
Enfim, mesmo assim, faço o gesto de vitória com os dedos em V!

Joaquim Marques