quinta-feira, 22 de maio de 2008

Depois de ler o teu blog

É provável que daqui não saia nada
Que isto não passe de um simples exercício de dactilografia
Há quem lhe chame, hoje em dia,
Processador de texto
É tudo a mesma coisa, o que me interessa é o contexto
Em que o subordinado se submete
Seja lá pela razão que for,
Pois eu sou agora um escriturário
Deixando que a tua vontade me transforme num funcionário
E digito, sem erros, o que me vai saindo
Escrevo, escrevo, desaprovo-me neste enredo
Em que não sai dada de interesse.
Mas afinal o que importa?
Nem sempre tenho a alma comigo
Nos dias Santos ela vai orar para algum lado
E eu fico aqui sentado digitando como um desalmado.
Eu sem alma escrevo sem calma.

Joaquim Marques