Atrasado ao fim da vida cheguei
Foi a justificação que à morte dei.
Ainda não será desta que ela me vai levar
E não me dá nada jeito ir no transporte seguinte
Mais ano, menos ano,
Quem é que lá vai notar
A minha ausência?
Mesmo assim vou a uma junta médica
Pedir um atestado de demência
Para justificar a minha falta.
Uma baixa por tempo indeterminado
Vinha mesmo a calhar!
Fico por aqui mais um bocadinho
Vou aproveitar para conhecer um novo ninho
Pedir que me cantem canções de ninar
Sim, vou viajar, mas para outro lugar.
É sina chegar atrasado?
Não, é manha e vontade de voar
Assim livre de ti e do passado
Noutro regaço quero-me aninhar
O meu problema é qual a direcção tomar.
Joaquim Marques
sexta-feira, 28 de setembro de 2007
quinta-feira, 27 de setembro de 2007
Contraditório
Comigo, em mim
Não me sabia assim:
Calmo, cordato, simpático
Agitado, ordinário, antipático
Tudo em momentos subsequentes.
Não me sabia assim:
Estúpido, lúcido...
Destemido, introvertido...
Começo pelo fim, termino no prólogo
Preciso de um psicólogo?
Não! Eu nunca fui assim!
Tu é que me tiras do sério!
Joaquim Marques
Comigo, em mim
Não me sabia assim:
Calmo, cordato, simpático
Agitado, ordinário, antipático
Tudo em momentos subsequentes.
Não me sabia assim:
Estúpido, lúcido...
Destemido, introvertido...
Começo pelo fim, termino no prólogo
Preciso de um psicólogo?
Não! Eu nunca fui assim!
Tu é que me tiras do sério!
Joaquim Marques
quarta-feira, 26 de setembro de 2007
Se um dia eu for a casa daquele Amigo
E te levar comigo
Pela mão, como um irmão,
Ele não vai acreditar
Em nenhuma explicação
Em nada que eu lhe diga
E o convença do contrário
Mesmo que eu lhe reze as contas do meu rosário.
O meu Amigo é especial
Conhece-me por inteiro
Só ele sabe do meu sentimento verdadeiro
Do medo que eu tenho do amor traiçoeiro,
E que mascaro o pulsar do coração
Quando agitado por te levar pela mão.
Quero ser teu irmão
Porque não te quero perder
Quero amar-te até morrer
Amar-te mesmo a valer
De graça, com Graça, pela Graça de Deus.
Quando te sentir assim,
E me aceitares no seio dos teus
A quereres o mesmo de mim
Com a mesma intensidade
Ah minha mana,
É tudo o que o meu coração clama!
Nesse dia voltarei à eternidade
Darei como missão cumprida
Este caminho, esta busca desde tenra idade
Que fiz por ti, alma gémea perdida.
Joaquim Marques
E te levar comigo
Pela mão, como um irmão,
Ele não vai acreditar
Em nenhuma explicação
Em nada que eu lhe diga
E o convença do contrário
Mesmo que eu lhe reze as contas do meu rosário.
O meu Amigo é especial
Conhece-me por inteiro
Só ele sabe do meu sentimento verdadeiro
Do medo que eu tenho do amor traiçoeiro,
E que mascaro o pulsar do coração
Quando agitado por te levar pela mão.
Quero ser teu irmão
Porque não te quero perder
Quero amar-te até morrer
Amar-te mesmo a valer
De graça, com Graça, pela Graça de Deus.
Quando te sentir assim,
E me aceitares no seio dos teus
A quereres o mesmo de mim
Com a mesma intensidade
Ah minha mana,
É tudo o que o meu coração clama!
Nesse dia voltarei à eternidade
Darei como missão cumprida
Este caminho, esta busca desde tenra idade
Que fiz por ti, alma gémea perdida.
Joaquim Marques
terça-feira, 25 de setembro de 2007
Agora, agorinha mesmo
A vontade que eu tenho de tomar um café
Dos meus, daqueles me enchem a boca
Dum sabor inigualável
É neste momento,
A vontade de mascarar
A minha desilusão atroz,
De escrever tudo diferente do que sinto
É assim que me minto
Quando me socorro do improviso
Para te falar do que penso de ti.
Penso-te normal, igual, vulgar
Petulantemente vulgar.
É melhor ir tomando logo a bica
Não a deixar arrefecer
Se não ainda me vou arrepender
De te contar a verdade:
O meu café tem muito mais corpo
É mais intenso
Que a tua personalidade vazia.
Joaquim Marques
A vontade que eu tenho de tomar um café
Dos meus, daqueles me enchem a boca
Dum sabor inigualável
É neste momento,
A vontade de mascarar
A minha desilusão atroz,
De escrever tudo diferente do que sinto
É assim que me minto
Quando me socorro do improviso
Para te falar do que penso de ti.
Penso-te normal, igual, vulgar
Petulantemente vulgar.
É melhor ir tomando logo a bica
Não a deixar arrefecer
Se não ainda me vou arrepender
De te contar a verdade:
O meu café tem muito mais corpo
É mais intenso
Que a tua personalidade vazia.
Joaquim Marques
segunda-feira, 24 de setembro de 2007
Se todas as pessoas são boas
Se isso é uma verdade inquestionável
Porque é que nos desiludimos
Com o povinho ordinário
Que se julga ser melhor que os outros?
É a mania de ser diferente
Que estraga tudo o que de bom há na gente.
Ser simples e frontal
É ser amigo e sentir-se igual
Do mais reles ao mais importante
E não duvidar um só instante
Que o ser arrogante não é imortal.
Joaquim Marques
Se isso é uma verdade inquestionável
Porque é que nos desiludimos
Com o povinho ordinário
Que se julga ser melhor que os outros?
É a mania de ser diferente
Que estraga tudo o que de bom há na gente.
Ser simples e frontal
É ser amigo e sentir-se igual
Do mais reles ao mais importante
E não duvidar um só instante
Que o ser arrogante não é imortal.
Joaquim Marques
domingo, 23 de setembro de 2007
sábado, 22 de setembro de 2007
sexta-feira, 21 de setembro de 2007
quinta-feira, 20 de setembro de 2007
Rosa Vermelha
Rosa vermelha,
Sim, somos da mesma centelha:
Somos coração partido
Experimentámos o amor sofrido.
Conheci a tua alma cigana
A sonhar o beijo doce
Com sabor a mel de cana;
Conheci-te
E adoptei-te minha mana.
Perguntarás aos anjos se saberão
As razões do coração,
O respeito que de mim emana
Quando te beijo com sabor a mel de cana,
Porque não o faço a outra flor
Que na vida encontro pelo caminho
Nesta personagem de passarinho
Que tu chamaste beija-flor.
Joaquim Marques
Sim, somos da mesma centelha:
Somos coração partido
Experimentámos o amor sofrido.
Conheci a tua alma cigana
A sonhar o beijo doce
Com sabor a mel de cana;
Conheci-te
E adoptei-te minha mana.
Perguntarás aos anjos se saberão
As razões do coração,
O respeito que de mim emana
Quando te beijo com sabor a mel de cana,
Porque não o faço a outra flor
Que na vida encontro pelo caminho
Nesta personagem de passarinho
Que tu chamaste beija-flor.
Joaquim Marques
quarta-feira, 19 de setembro de 2007
Agradecimento Especial
A ti leitor estrangeiro
que me visitas regularmente
saibas que tenho sempre presente
a humildade do meu pensamento
na escrita do meu sentimento
sobre mim e sobre toda a gente.
A vós, que hoje me visitaram do Brasil, Estados Unidos, Canadá, França, Espanha, Suíça, Malásia o meu muito obrigado.
Joaquim Marques
terça-feira, 18 de setembro de 2007
Francisco
Uma quadra vezes quatro
Muitas quadras de quatro
Te desejo vida fora
Altivo, honesto, inteligente
Sensato, condescendente
Amigo de toda a gente
Vai fazendo o teu caminho
Depois da enxada usa sempre o ancinho
Suaviza os golpes na vida
Assim nunca a darás como perdida
E serás um Homem.
Joaquim Marques
Muitas quadras de quatro
Te desejo vida fora
Altivo, honesto, inteligente
Sensato, condescendente
Amigo de toda a gente
Vai fazendo o teu caminho
Depois da enxada usa sempre o ancinho
Suaviza os golpes na vida
Assim nunca a darás como perdida
E serás um Homem.
Joaquim Marques
domingo, 16 de setembro de 2007
sábado, 15 de setembro de 2007
sexta-feira, 14 de setembro de 2007
quinta-feira, 13 de setembro de 2007
quarta-feira, 12 de setembro de 2007
Breve brisa se levanta
Fins de tarde em Setembro
Época de colheitas nos campos,
Nas cidades os desencantos
Dos comerciantes convencidos que o estio já passou
Só porque as férias de verão terminaram.
É triste a vida urbana
Sempre igual, todas as tardes de verão outonal:
Filas de trânsito contínuo
Para chegar a casa ainda a tempo de ouvir o telejornal.
Se eu morasse num prédio de dez andares
Não queria ter vizinhos
Assim não pagava o condomínio,
E viveria efectivamente sozinho.
Mas hoje em dia nas grandes cidades
Só se mora sozinho em prédios de poucos andares
É como se morassem numa vivenda grande
Com muitos cómodos e arrecadações
À espera que os filhos cheguem da emigração.
Mas como não têm filhos
Vivem ali em prédios pequenos e degradados
Em triste solidão.
Eu construí a minha solidão
Térrea, com jardim e passarinhos
E não preciso de me meter em filas de trânsito
E pagar condomínio
Nem tenho muitos cómodos porque não é preciso
E assim passo os dias reparando na brisa suave
E imagino-me a vindimar na região do Dão
E volto para casa ao entardecer sem sair daqui.
Joaquim Marques
Fins de tarde em Setembro
Época de colheitas nos campos,
Nas cidades os desencantos
Dos comerciantes convencidos que o estio já passou
Só porque as férias de verão terminaram.
É triste a vida urbana
Sempre igual, todas as tardes de verão outonal:
Filas de trânsito contínuo
Para chegar a casa ainda a tempo de ouvir o telejornal.
Se eu morasse num prédio de dez andares
Não queria ter vizinhos
Assim não pagava o condomínio,
E viveria efectivamente sozinho.
Mas hoje em dia nas grandes cidades
Só se mora sozinho em prédios de poucos andares
É como se morassem numa vivenda grande
Com muitos cómodos e arrecadações
À espera que os filhos cheguem da emigração.
Mas como não têm filhos
Vivem ali em prédios pequenos e degradados
Em triste solidão.
Eu construí a minha solidão
Térrea, com jardim e passarinhos
E não preciso de me meter em filas de trânsito
E pagar condomínio
Nem tenho muitos cómodos porque não é preciso
E assim passo os dias reparando na brisa suave
E imagino-me a vindimar na região do Dão
E volto para casa ao entardecer sem sair daqui.
Joaquim Marques
terça-feira, 11 de setembro de 2007
Contra a corrente
Nunca guardei rebanhos
Nem é como se os tivesse guardado
Nem saberia dar uso ao cajado
Nem quereria que me lessem um dia
E me recordassem lendo a minha poesia.
Não, nada disso, o interessante
É que a minha poesia não tem esse valor
É fora de época, sem desprimor
Pela intelectualidade reinante:
Quero lá saber que me achem petulante!
Nem é como se os tivesse guardado
Nem saberia dar uso ao cajado
Nem quereria que me lessem um dia
E me recordassem lendo a minha poesia.
Não, nada disso, o interessante
É que a minha poesia não tem esse valor
É fora de época, sem desprimor
Pela intelectualidade reinante:
Quero lá saber que me achem petulante!
Joaquim Marques
segunda-feira, 10 de setembro de 2007
Caminhar, caminhando estrada fora
À procura de não sei o quê
Pernoitei aqui, pernoitei ali
Breves pausas, enganos
Segui adiante, errante
Uns dias confiante, outros desalentado
Olhei em frente, procurei-me no meu passado
Duvido do destino traçado
Agarro-me a mim, assim solitário
Paro, nem mais um passo é o cansaço
Aqui parado estou
Por aqueles caminhos não vou
Deixei de ser aventureiro, nem por dinheiro:
Cão de caça perdido do dono
Nesta seara rodeado de lebres.
Joaquim Marques
À procura de não sei o quê
Pernoitei aqui, pernoitei ali
Breves pausas, enganos
Segui adiante, errante
Uns dias confiante, outros desalentado
Olhei em frente, procurei-me no meu passado
Duvido do destino traçado
Agarro-me a mim, assim solitário
Paro, nem mais um passo é o cansaço
Aqui parado estou
Por aqueles caminhos não vou
Deixei de ser aventureiro, nem por dinheiro:
Cão de caça perdido do dono
Nesta seara rodeado de lebres.
Joaquim Marques
domingo, 9 de setembro de 2007
Estou a ficar senil
Riscado
Repetitivo
Como os velhinhos discos de vinil.
Já não toco uma música seguida
Engasgo-me
Gaguejo
Preciso que me levantem o braço
Para continuar o compasso
Dos raciocínios
No gira-discos da vida.
Já não tenho alma
Anda para aí perdida
A querer transformar-me em CD:
Capacidade Distorcida!
Joaquim Marques
Riscado
Repetitivo
Como os velhinhos discos de vinil.
Já não toco uma música seguida
Engasgo-me
Gaguejo
Preciso que me levantem o braço
Para continuar o compasso
Dos raciocínios
No gira-discos da vida.
Já não tenho alma
Anda para aí perdida
A querer transformar-me em CD:
Capacidade Distorcida!
Joaquim Marques
sábado, 8 de setembro de 2007
Ser
Ser poeta
É ser normal
É ser igual
É ser coerente
Consigo e com toda a gente,
Escrever o que pensa quanto sente,
É só nisto que é diferente
De outro comum mortal.
Ser-se poeta afinal
É uma vontade, um querer
É dedicar momentos de lazer
A esculpir em palavras o seu interior
Num dia de sol e de calor
Como se estivesse a chover.
Joaquim Marques
É ser normal
É ser igual
É ser coerente
Consigo e com toda a gente,
Escrever o que pensa quanto sente,
É só nisto que é diferente
De outro comum mortal.
Ser-se poeta afinal
É uma vontade, um querer
É dedicar momentos de lazer
A esculpir em palavras o seu interior
Num dia de sol e de calor
Como se estivesse a chover.
Joaquim Marques
sexta-feira, 7 de setembro de 2007
A alegria que demonstro
Reflecte em mim
A angústia do meu chorar.
Esta alegria que choro
Relaciona-se com o lenço
Que enxuga as minhas lágrimas
E esconde o meu sorriso.
Sinto nesta minha alegria
A arte minha
De fugir
À alegria que me impõem.
Prefiro então chorar
Todas as razões que não tenho
E que represento
Nas lágrimas que invento.
A alegria e
A arte com que a demonstro
Não é minha
Nem dos homens que não existem.
Toda a existência é vulgar
Como vulgar é o sorriso
Leve do actor
Não represento na minha
Profissão de actor
Chorando esta alegria que demonstro.
Joaquim Marques
Reflecte em mim
A angústia do meu chorar.
Esta alegria que choro
Relaciona-se com o lenço
Que enxuga as minhas lágrimas
E esconde o meu sorriso.
Sinto nesta minha alegria
A arte minha
De fugir
À alegria que me impõem.
Prefiro então chorar
Todas as razões que não tenho
E que represento
Nas lágrimas que invento.
A alegria e
A arte com que a demonstro
Não é minha
Nem dos homens que não existem.
Toda a existência é vulgar
Como vulgar é o sorriso
Leve do actor
Não represento na minha
Profissão de actor
Chorando esta alegria que demonstro.
Joaquim Marques
quinta-feira, 6 de setembro de 2007
Voltaste a aparecer
Deste um ar da tua graça.
Eu só queria entender
Porque será que te espero
Porque te dei importância,
Não te conheço!
Na tua ausência não me aborreço
Como é que dei conta do teu regresso?
Estou a ficar com uma vida normal
Já me preocupo com mesquinharias:
Coitado do periquito
Ainda não morreu e já tem a minha atenção
Ainda vou tornar-me cliente do veterinário
E no próximo Agosto vou de férias.
É esta a vida saudável de um ser ordinário...
Estou com saudades do meu Iraque!
Joaquim Marques
Deste um ar da tua graça.
Eu só queria entender
Porque será que te espero
Porque te dei importância,
Não te conheço!
Na tua ausência não me aborreço
Como é que dei conta do teu regresso?
Estou a ficar com uma vida normal
Já me preocupo com mesquinharias:
Coitado do periquito
Ainda não morreu e já tem a minha atenção
Ainda vou tornar-me cliente do veterinário
E no próximo Agosto vou de férias.
É esta a vida saudável de um ser ordinário...
Estou com saudades do meu Iraque!
Joaquim Marques
quarta-feira, 5 de setembro de 2007
terça-feira, 4 de setembro de 2007
domingo, 2 de setembro de 2007
Creio em ti
Animal do universo
Esperança do meu sentir
Nesta dor desesperada.
Creio em ti
E nos pensamentos que observo
Nas atitudes que tomas
E confundem meu cérebro.
Creio em ti
Na ambiguidade que demonstras
No sentir que quero
Do meu coração despedaçado.
Creio em ti
Porque quero de mim
Aquilo que possuis.
Joaquim Marques
Animal do universo
Esperança do meu sentir
Nesta dor desesperada.
Creio em ti
E nos pensamentos que observo
Nas atitudes que tomas
E confundem meu cérebro.
Creio em ti
Na ambiguidade que demonstras
No sentir que quero
Do meu coração despedaçado.
Creio em ti
Porque quero de mim
Aquilo que possuis.
Joaquim Marques
sábado, 1 de setembro de 2007
Resposta a um Poeta
Escrever
rescrevendo o presente
à luz do nosso passado;
Escrever cantando
os desejos
sem o pranto
à luz do nosso fado;
Escrever em palavras
os sons da sinfonia
de um futuro de alegria
nesta pauta de actos
de afectos
de corações gratos.
Joaquim Marques
rescrevendo o presente
à luz do nosso passado;
Escrever cantando
os desejos
sem o pranto
à luz do nosso fado;
Escrever em palavras
os sons da sinfonia
de um futuro de alegria
nesta pauta de actos
de afectos
de corações gratos.
Joaquim Marques
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