sexta-feira, 7 de setembro de 2007

A alegria que demonstro
Reflecte em mim
A angústia do meu chorar.
Esta alegria que choro
Relaciona-se com o lenço
Que enxuga as minhas lágrimas
E esconde o meu sorriso.
Sinto nesta minha alegria
A arte minha
De fugir
À alegria que me impõem.
Prefiro então chorar
Todas as razões que não tenho
E que represento
Nas lágrimas que invento.
A alegria e
A arte com que a demonstro
Não é minha
Nem dos homens que não existem.
Toda a existência é vulgar
Como vulgar é o sorriso
Leve do actor
Não represento na minha
Profissão de actor
Chorando esta alegria que demonstro.

Joaquim Marques