sexta-feira, 18 de maio de 2012

Eu não sou o Papa, nem o Dalai Lama
nem serei parecido a Buda nem a Jesus Cristo
eu sou eu, insisto
um qualquer badameco sem fama
mas se há coisa que do meu ser emana
é falar do que sinto, escrever o que me vem de dentro
porque o que não vem, não vai
ou vai... para o caixote do lixo.
Não costumo citar,
não vejo nisso nada de positivo
nada que interesse a qualquer outro ser vivo
saber se Fernando disse o que disse,
que Pessoa foi poeta e morreu
que no seu tempo outros houve como eu
e nunca mais foram lembrados.
Porque precisam os outros de exemplos passados?
Não tendes querer próprio?
O meu querer é que eu seja como sou
e nada, repito, nem ninguém, é mais forte que o meu querer
ainda bem que existiram  outros seres antes de mim
só assim pude nascer
de resto, nada mais tenho a agradecer
a não ser à minha lucidez, altivez e humildade:
contraditório? É evidente que sim, é a vida
a noite tão distinta do dia
o Inverno do Verão
e ninguém ousou pôr isso em questão e chamar contraditório ao Planeta.
Todos temos uma história, menina!
Todos temos o que contar
todos temos uma tumba para morar
e nela uns irão ler, outros chorar, outros roubar
palavras, frases, histórias que lhes serão necessárias para encontrar o caminho
o que não foi o meu caso, já nasci programado:
ser e pensar diferenciado do que aos outros foi razão de viver.

Joaquim Marques AC