quinta-feira, 24 de julho de 2008

Livro III Poema 53

Triste, trago e verto trombas de água
no olhar manso que adivinha
o percurso do passo que caminha
errante.

Temporal, ar frio sopra do fole à frágua
fervilham lágrimas secas, dobradas esquinas
para te ter sem ser, como te tenho sem ter
ecos, becos, impasses, contrastes
constantes.

Avisos, avisados, repetidos passados
circunstancias, cores de mel, provas de fel
sabores, emoções e temores de marés
vazantes.

Pura, água que agua esta nascente fervente
faz bem à saúde, fortifica a mente
lágrima com propriedade medicinal
tratamento lento, doença estival
pensante.


Joaquim Marques