quarta-feira, 23 de abril de 2008

Livro III Poema 24

Fumo agora o meu último cigarro
Despeço-me dele sereno, tranquilo
Quero que um dia os meus trinetos saibam
Que foi assim que aconteceu
Nessa altura já nem deve haver cigarros
Mas hoje ainda se consegue comprar
E esta tranquilidade, este fumaricar sereno é especial
São nuvens que se esfumam à minha frente
É a neblina a levantar do Tejo
É o teu rosto lá longe que só sei imaginar
É pensar nos teus lábios que agora me faz fumar devagar
Tão devagar como o ultimo beijo que te darei
Faço sempre assim antes de repetir tudo de novo.


Joaquim Marques