sábado, 17 de novembro de 2007

Matei, mataste, morreu,
já está, já aconteceu,
fizemos a matança em parceria.
Hoje nasceu para nós um novo dia:
tu agora serás tu, e eu voltarei a ser eu.

Doutor, assine lá o documento
que o defunto já está a cheirar,
era pobre e indigente, não deixou testamento,
nada há a reclamar!

E assim enterrámos a convenção!
De agora em diante, viverei só na recordação
dos momentos felizes que o defunto em nós criou,
nesta nossa nova vida, distinta da que passou,
cuidarei de ti, como se deve cuidar de um irmão.

É esta a prece que faço ao Anjo Anauel:
Protege-me meu anjinho, neste meu novo caminho,
Sem mágoas, sem dor, amando só por amor, a minha irmã Raquel.

Cascais, 16 de Novembro de 2007
Joaquim Marques