quarta-feira, 10 de outubro de 2007

As tuas cartas são afagos no meu coração
provocam o eriçar da pele e uma dor boa, interior e seca
sinto-as tão perto, que desperto da monotonia do suceder dos dias
são como um bálsamo, um óleo de amêndoas doces impregnado em algodão puro
são as alvíssaras do meu futuro
o acalento nas tempestades que enfrento em dias radiosos
o meu rejuvenescer das rugas da memória
é a mansidão que se apega às agruras da vida
e quando as leio e releio dou-as por esquecidas
e acordo deste sono com mais energia
igual à de um bebé depois do banho
e de mamar na mama da mamã.
As tuas cartas são como um acordar de manhã
despreocupado, sorridente, espreguiçado, contente
por ver nascer o Sol só para mim.

Joaquim Marques