domingo, 5 de agosto de 2007


Vivo-te, sinto-te, amo-te só
Esmago-me em pó
Faço do meu sentir o que ao grão faz a mó
Mói, corrói, dói e encanta, transforma-me numa balada em dó
Sustenido, quanto solto um gemido, um só
E depois suspiro fundo, inspiro todo o ar do mundo, aspiro-te o pó
Que te cobre o rosto emoldurado , porque o teu corpo que já só
Imagino fosco, entregue a outro, que te deseja sem dó
Nem piedade, exibir-te em sua vaidade, que até mete dó.
E agora só
A tua lembrança, enche-me de esperança de estar enfim só
Contigo no nosso futuro, breve, sem esta rima do ó.


Joaquim Marques