terça-feira, 10 de agosto de 2010

Para ti, que não te conheço.

Quero escrever-te um poema
Um escrito singular
Que reflicta em ti a serenidade que sinto no ar
Quero que seja uma bomba
Estrondosa como o som de um trovão
Que te envolva,
Te engula e cristalize
Como na lava de um vulcão.
Mas não consigo
Não sei fazer coisas por encomenda
Apelo à minha sensibilidade
Apelo à inspiração
E nada.
Só me saem estas linhas, estas palavras soltas
Estas rimas ocas
Sem conteúdo, sem emoção
Sem alma nem coração.
Mas eu estou bem, calmo, tranquilo, em paz
E quando estou assim não sou capaz...
Tu estás a ler
Agora
E nada te acontece, nada te estremece
Não leste aqui nada de belo, triste ou eufórico
Nada de metafórico
A não ser esta minha paz e a vontade de que me leias.

Sinto tanta falta de ti e não sei quem és.


Joaquim Marques