quarta-feira, 7 de março de 2007

Ri-me de mim
E do que eu pensei e senti
Antes e depois
Daqueles socos na parede.

Ri-me das lágrimas
E ri-me a chorar
Desta minha personalidade
Que nem eu sei definir.

Ri-me tanto
Que até tive vergonha de mim
E do princípio desta loucura.
E ri-me porque
Esta foi a forma que ela se apresentou
Segundo a definição
Do meu entender o dicionário
E que de tanto o entender
Tive medo das muitas concepções
Que não sendo minhas
Me fizeram agir assim.

No fundo dos fundos
Sei que as palavras são o meu refúgio
E delas parto para as pessoas
E para as suas concepções enciclopédicas
De englobarem o meu riso
No seu conceito de loucura.
No fundo
O meu riso não existiu
Mas foi um pretexto para falar
Às palavras:
A única razão de ser
Da minha paz agora.


Joaquim Marques
Angra 12/12/83

1 comentário:

Anónimo disse...

Isso é verdade meu gato...
Rimos das coisas que fazemos e questionamos nossas atitudes...
Seria tão bom que em meio a essas retrospectivas não houvesse momentos tristes...
Seria tão bom sentir os momentos bons novamente em meio a elas...
Te adoro viu?
Bjs
Audrey