quinta-feira, 8 de março de 2007

Ao meu Amigo

E quando de repente ficamos tristes e melancólicos, alheios ao bem recebido, às promessas de novos e gratificantes momentos vindouros, e pensamos em tudo e nada nos ocorre, e mesmo assim não queremos aceitar a simpatia recebida, que fazer?

Uma pausa,
E ler a vida passada,
Suster a raiva anunciada
E lamentar a sorte construída.
Mas se pudesse pedir a um druida
A mágica poção milagrosa
Pedia que a noite fosse airosa
E que o dia renascesse
Outra vez no nosso passado
E talvez assim tivesse calado
As lamúrias do meu interior
E soubesse oferecer o mesmo amor
Da mesma forma cuidada
A quem soubesse entender
Que a vida é feita de nadas
De coisas certas e de trapalhadas
Mas o mais importante
É não duvidar nem só um instante
Da verdade do meu sentir
Da força do meu querer
Da fraqueza do meu entender
Todos os dias do meu devir.

E se com o druida não resultasse,
Procurava o Amigo
E pedia-lhe que ficasse calado
Sereno mas ao meu lado
Ontem hoje e amanhã
Todos os dias a toda a hora
Pois sei que se hoje o coração chora
Outro dia sorrirá sossegado.


Joaquim Marques
Bicesse 16 de Dezembro de 2006

2 comentários:

Anónimo disse...

(...) E não duvidar, também,
que a sorte e a felicidade
podem voltar...
Isa

Anónimo disse...

Amizade!
Sentimento...
Revolta amarga de doce ternura de teu olhar
Dói...
entristece, alegra, eleva, mói
espasmos de violência preenchida
com a beleza da agonia
poeta, pessoal, bem formado, bem começado
faca que fere, corta o coração,
desperta para o que não dorme
Dói, mói...
assaltado em tua história
teu destino
e em tua sorte
no querer
não mais o permanecer
sim, o renascer
no
«outro dia de sorriso sossegado».
És testemunha da esperança,
do silêncio calado,
de quem bebe a alvorada anunciada,
pela mão do druida amigo.