domingo, 25 de junho de 2017

Incêndios

Desde o verão de 1975, que eu me lembre, todos os anos, pelos meses do verão português, quente e seco, alguns incendiários criminosos, pegam fogo à floresta e esta arde, arde, esteja limpa ou cheia de mato, arde... e arde também vinha, árvores de fruto, ardem casas e palheiros, currais e galinheiros e, desde então, arde-me a indignação de ver na televisão notícias relacionadas, comentários de especialistas, declarações de políticos a falarem de tudo, a discutirem de tudo, pior, a sugerir legislação sobre tudo. E o tempo passa! Em 1975 até 1980, apaguei, ajudei a apagar os fogos na minha aldeira beirã. Depois deixei aquelas serras de Viriato e fui respirar outros ares. Mas, todos os anos, pelas notícias, revivo a experiência de combater um incêndio, o toque a rebate do sino da igreja, as gentes a correr e a acorrer, sem bombeiros, sem meios aéreos, com ramos de giesta dominávamos o incêndio.
Hoje, no ano dezassete do século vinte e um, os incêndios dão sustento a muita gente, muita gente mesmo: desde jornalistas, repórteres de imagem, comentadores televisivos, um recente organismo público criado  com centenas de empregados, a Proteção Civil... Deus nos proteja das decisões dos dirigentes da Proteção Civil!
Hoje, com a evolução natural das tecnologias de informação, com as públicas alertas feitas pela meteorologia ("amanhã e dias seguintes haverá  elevado risco de incêndio nas regiões x e y") os criminosos incendiários têm a vida facilitada! Depois de atearem fogo, sentam-se no recato do seu sofá e acompanham a desorientação política e institucional, com imagens em direto, ao vivo e a cores (em 1975 a tv ainda era a preto e branco) até que o incêndio se extinga.

Em Londres ou Paris, por exemplo, ninguém pensou em encerrar as estações do metropolitano, ou os aeroportos, ou os concertos de música, para evitar que morram pessoas num atentado terrorista!
Lá, combatem os terroristas com prisões preventivas, desmantelamento de células terroristas e assim preservam o estilo de vida dos cidadãos.

Em Portugal querem acabar com a floresta, com as propriedades privadas, com o estilo de vida secular em vez de, preventivamente, combater os criminosos incendiários!
Um dia, quando eu já tiver morrido, irão descobrir o meu blogue, serei muito famoso e irão ler este escrito e, se ainda houver pinheiros e eucaliptos, começar a prender, no inverno, os incendiários do próximo verão.

Joaquim Marques AC

sexta-feira, 9 de junho de 2017

Ainda assim 4

Nada nem ninguém é mais forte que o meu querer!
Ainda assim, a gula não me deixa emagrecer...

Joaquim Marques AC