domingo, 29 de janeiro de 2017

Idiota

Haja pão e haja vinho
Haja vontade de dar um passo
De dar mais outros, a compasso
Irei até ti sem ter que sair daqui.

Corres muito quando te escondes
Nesse teu refúgio carcerário
E a corrida que te cansa e amansa
Deixa-te prostada e à minha mercê.

Sou o aranhiço que te teceu a teia
Um falso confiável desinteressado
Que te aprisiona o pensamento
Nestes passos interesseiros de te ter.

Hoje está um dia cinzento e frio
Amanhã sabe-se lá como estará o tempo
Tenho a alma confortada pela tua presença
Fisicamente distante
Mas presa e presente no meu confortável pensar.

Sou um idiota e lamento-me por isso.

Joaquim Marques AC