segunda-feira, 23 de dezembro de 2013

Já sei que nunca irei ter aquilo que almejei.
Já sei que sendo quem sou, só serei aquilo que sempre fui.
Não sei se serei escutado no silêncio acumulado
Deste degredo, como se fosse o meu fado
De estar só e só comigo acompanhado.

Como se reproduz em palavras o silêncio?
Não se reproduz, não se transmite e ainda bem!
Não vos quero inquietar, isso seria muito inquietante
Deus, acredito, existe em cada um de nós
E eu, não sei se vós, acredito em mim
Logo, acredito no Pai Natal, no Pai do Natal.
Muito vos agradeço os votos natalícios
Eu e o outro que mora nas minhas costas, do outro lado
Somos nós, eu e o meu contrário, que hoje vamos fritar rabanadas
E vamos comê-las, todas!

Quando eu sair do degredo não me ofereças rabanadas
Oferece-me palavras desgarradas, sem sentido
O que eu quero mesmo é ter-te a sussurrar ao ouvido
Só assim me curo do mal do silêncio.
Se a outra parte de mim fosses tu, dava-te uma cotovelada
Depois sorria ao ver-te espantada...
Meu amor, não sei quem és, mas sei que existes
Serás sempre, no meu imaginário, a mãe do natal no futuro.
Ainda bem que inventaram o futuro
É para lá que eu vou, em silêncio, mas vou!
Estou indo!


Joaquim Marques AC


domingo, 22 de dezembro de 2013

Não sei por onde andas, nem razão encontro para permanecer aqui
Ir para casa é o meu destino, ao teu encontro o meu ensejo
Nada me ocorre que explique este desejo
Inquieto, a pulsar aqui me quedo à espera dum sinal vindo daí.

Joaquim Marques AC