quinta-feira, 5 de setembro de 2013

Sou


Sou como um pêndulo
Igual ao do carrilhão da minha avó
Para lá e para cá
Para cá e para lá...
E no preciso momento
Naquele segmento de tempo
Que medeia o vaivém
É precisamente ali que sou alguém.
Não sou nem triste nem alegre
Nem forte nem fraco
Nem mau nem bom
Nem fiel nem infiel
Nem presente nem ausente
Não estou nem cá nem lá
Estou ali, no meio, naquele instante.
Às vezes paro ali no tempo
Até que um impulso externo
Me devolve o movimento.
E assim levo a vida:
Atribulada na ida
Serena na volta.


Joaquim Marques