sexta-feira, 20 de setembro de 2013

Pátria

A pátria do outro era a língua
a minha é a memória
da audácia corajosa de ir além dos limites da história
das crenças, por entre desavenças, vencendo a razão
dum punhado de povo iluminado
que a todos beneficiou, principalmente o coitado
do velho do Restelo e da sua descendência, imensa
prole que até hoje predomina
e mina o encanto
de ser gente heróica, bater o pé e ver além
enriquecendo a memória, para alguns insana
para mim o combustível que mantém viva a chama
de um mundo Luso, parido pela tradição lusitana
desde Viriato na Estrela, até Dili com Chanana.
Experimentou Camões na Roma do Oriente
amores infinitos, inspirações líricas na lusíada cultura
experimentei eu, nessa Goa hindu agonizada
desfolhado o cardápio, após uma longa jornada
o caldo verde, como típica entrada!
Chamem-me à memória dos tempos
resgatem-me dos contratempos
unam-se a mim no declarar
que ser luso é estar acima das tricas, das troicas e da ideologia saxónica
é ter consciência que metade dum povo que labuta
tem para onde ir, desde que vá com o tempo, tendo na memória a conduta!

Joaquim Marques AC