sábado, 1 de outubro de 2011

E se, de repente, eu fosse ao teu encontro
mergulhasse no teu vazio
sem fato espacial de protecção
com uma chave chinesa na mão
reparasse o dano que te foi causado
pelo raio cósmico da indiferença
que emanou do teu sol, agora apagado?
Davas-me um beijo?
Era, só esse, o meu desejo
tornar-te operacional
recuperar-te as funcionalidades
reposicionar-te noutra órbita
sendo satélite de mim, uma espécie de Lua
sem lado escuro, reluzente permanentemente
para iluminar os sentimentos que em mim habitam
podia-mos, até, colidir
abrias em mim uma enorme cratera
misturávamos-nos no seio do meu núcleo
numa reacção nuclear intensa
explodíamos com a intensidade inerente
e dávamos origem a outra galáxia...

Apetece-me ir ao encontro do teu vazio.

Joaquim Marques AC