domingo, 6 de junho de 2010

Fingindo fingir
Aquilo que sou
Procuro na estrada que percorri
Demonstrar o meu sentir
Pelo pensamento que cessou.
Finjo a ideia que já li
Quero ter o meu provir
Na nova ideia que começou.

Finge a fingir aquilo que é
A criança e a Primavera
Na floração da inocência
Do fingir de um bebé.

Finge o Mundo
E os Homens de boa crença
A ideia do poço profundo
Da sociedade que assim é
Na herança terna e tensa
Do fingir de um bebé.

Fingem a fome miserável
No discurso de um banquete
Os Homens de boa crença
Desdenhando o indesejável.

Finge arte e o poeta
O filósofo idiota
No Homem e na meta,
A ideia que já findou
Do crer de uma criança,
Do sentir que não é
Fingindo a morte que não cansa
No fingir de um bebé.

Não viver no fingir
Do dia que começou
Nasce em mim a esperança
Procurando na estrada que percorri
Demonstrar o meu sentir
Pelo pensamento que cessou.
Não fingindo a ideia que já li
Quero ter o meu provir
Na nova ideia que começou.



Joaquim Marques