terça-feira, 5 de fevereiro de 2008

Livro III Poema 5

Que tem de novo
o ano novo
quando os dias nos parecem iguais?
Que coisa diferente
do novo ano pensa toda a gente
nos murmúrios do inconsciente
quando os anos nos fazem crescer,
a todos envelhecer
até que nem mais ano novo iremos ter?

O ano novo é uma quimera
como se uma vida nova seria
no desejo constrangedor
dos que quedos ficam à espera
de um perdão que lhes apetecia
na fila de um corredor
da morte que certamente viria.

Os anos passam iguais
e o que é preciso é que passem
enquanto formos mortais.

Joaquim Marques