Foi há muito tempo
Aquele dia de ontem que me fez sorrir
E gritar ao vento ecos de inocência
Que brotavam em mim.
Recordo-o, esse dia distante
No tempo e no espaço que não sei percorrer
Na direcção que não sei tomar,
Correndo sem cessar
Em círculos que só eu sei descrever,
Pensando, repensando
A recordação que não encontro
Dos passos que fui dando.
Joaquim Marques
quarta-feira, 30 de maio de 2007
terça-feira, 29 de maio de 2007
Vai uma cervejinha
Em jejum
Bem fresquinha?
Vá lá, não sejas careta!...
Essa história do álcool é uma treta!
Não penses que tens uma vida saudável
Só porque fazes exercício!
Vais morrer antes dos outros
De tão perfeita que levas a vida
Mas morrerás atormentado
Por nunca teres experimentado
Outros prazeres
Que para ti agora são um suplício.
Todos temos um dia que ir
Por uma razão ou por outra
Não morres de cancro do fígado
Nem do pulmão
Mas
Morrerás
Pois então
De tão saudável que agora estás.
Há coisa mais deprimente
Que morrer cheio de saúde?!
Dos médicos não sou cliente
E faço de tudo para lá ir
Mas nada me acontece...
Será que é por beber um copo
Sempre que me apetece?
Joaquim Marques
Em jejum
Bem fresquinha?
Vá lá, não sejas careta!...
Essa história do álcool é uma treta!
Não penses que tens uma vida saudável
Só porque fazes exercício!
Vais morrer antes dos outros
De tão perfeita que levas a vida
Mas morrerás atormentado
Por nunca teres experimentado
Outros prazeres
Que para ti agora são um suplício.
Todos temos um dia que ir
Por uma razão ou por outra
Não morres de cancro do fígado
Nem do pulmão
Mas
Morrerás
Pois então
De tão saudável que agora estás.
Há coisa mais deprimente
Que morrer cheio de saúde?!
Dos médicos não sou cliente
E faço de tudo para lá ir
Mas nada me acontece...
Será que é por beber um copo
Sempre que me apetece?
Joaquim Marques
domingo, 27 de maio de 2007
Sentei-me, levantei-me
Sentei-me e voltei-me a levantar
Tenho tanto para me dizer
E nem sei por onde começar.
Há dias em que estou assim
Cheio, repleto.
É tanta a paz,
A dúvida, a incerteza
É tanto de tudo e nada me apraz.
Procuro então em mim o rapaz
O jovem astuto
O adulto capaz
De saber viver este calmo momento
Com a mesma energia com que vivo o tormento.
Sou mais que uma represa
Sou uma barragem cheia
Tão cheia que tenho que rejeitar
A água que antes eu clamava
Quando antes era um açude cheio de nada
Quando em vez da água só havia ar.
Porque é que eu sou assim?
Porque é que nunca estou satisfeito?
Quem me deu o direito
De andar sempre contrafeito?
Às vezes ponho-me a pensar
Na vida que gostava de levar
Até penso nos versos que canto
E me pergunto porque não estão a rimar
E quando rimam, não gosto de os cantar.
Pois é, tenho dias assim
Tenho dias em que me sinto sem mim
Sem saber onde me encontrar
Sem saber se devo rir ou chorar.
Joaquim Marques
Sentei-me e voltei-me a levantar
Tenho tanto para me dizer
E nem sei por onde começar.
Há dias em que estou assim
Cheio, repleto.
É tanta a paz,
A dúvida, a incerteza
É tanto de tudo e nada me apraz.
Procuro então em mim o rapaz
O jovem astuto
O adulto capaz
De saber viver este calmo momento
Com a mesma energia com que vivo o tormento.
Sou mais que uma represa
Sou uma barragem cheia
Tão cheia que tenho que rejeitar
A água que antes eu clamava
Quando antes era um açude cheio de nada
Quando em vez da água só havia ar.
Porque é que eu sou assim?
Porque é que nunca estou satisfeito?
Quem me deu o direito
De andar sempre contrafeito?
Às vezes ponho-me a pensar
Na vida que gostava de levar
Até penso nos versos que canto
E me pergunto porque não estão a rimar
E quando rimam, não gosto de os cantar.
Pois é, tenho dias assim
Tenho dias em que me sinto sem mim
Sem saber onde me encontrar
Sem saber se devo rir ou chorar.
Joaquim Marques
sábado, 26 de maio de 2007
sexta-feira, 25 de maio de 2007
quinta-feira, 24 de maio de 2007
terça-feira, 22 de maio de 2007
segunda-feira, 21 de maio de 2007
Foge o dia
fogem os olhares
esses máximos
olhares sem fim.
Tudo Foge
e eu aqui sentado,
a perna enferma
que olho
com olhos que me fogem.
E eu que também
costumo fugir
e sair
ouvir tudo o que no
silêncio é nada.
Foge o dia
toda a alegria,
todo o vento,
a espuma da baba
que expilo.
Foge-me o olhar
foge a morte
foge a vida
fogem todos
fujo eu aqui sentado
fugindo a mim e à cadeira que agarro.
Joaquim Marques
fogem os olhares
esses máximos
olhares sem fim.
Tudo Foge
e eu aqui sentado,
a perna enferma
que olho
com olhos que me fogem.
E eu que também
costumo fugir
e sair
ouvir tudo o que no
silêncio é nada.
Foge o dia
toda a alegria,
todo o vento,
a espuma da baba
que expilo.
Foge-me o olhar
foge a morte
foge a vida
fogem todos
fujo eu aqui sentado
fugindo a mim e à cadeira que agarro.
Joaquim Marques
domingo, 20 de maio de 2007
Nem sei por onde começar...
Mas vale a pena sempre tentar
Lembrar o que não sabemos esquecer:
Os percursos da vida vivida a correr
Os hiatos nas nossas emoções,
Tudo aquilo que nos fez sentir heróis
Nessas pequenas batalhas de fantasias,
Nessas alturas, nessas noites que serão sempre dias
Nesse enrolar de nós mesmos como fazem os caracóis
Nesses sons estrondosos como os dos trovões
Que são os gritos da nossa alma, do nosso querer
E tudo o mais que não se saboreia à mesa de um jantar.
E assim sendo
Saboreando as sobremesas do pensamento
No silêncio que sempre fazemos
Quando nos escutamos no meio da conversa dos outros,
Acontece em nós mesmos a exaltação
Desses momentos passados, presentes e planeados
Tão diferentes do nosso agir quotidiano
Mas que nos identifica e diferencia neste universo
Que são as constelações dos nossos relacionamentos com a vida.
Lembras-te meu amigo,
Daqueles momentos ténues que passaste contigo?
Lembras-te de que enquanto criança
Já o teu querer tinha uma esperança?
Recordas-te dos tachos e das panelas,
Agarrado às fraldas da tua mãe
A altura a que ficavam as janelas
As grades do teu berço
As viagens da tua imaginação,
Recordas-te como era saboroso olhar através delas?
Pois é assim amigo
Quis agora partilhar isso contigo e comigo,
E sabes porquê?
Porque no quotidiano nem sempre a gente se vê
E ele é feito de dias sucessivos
De ventos e marés
De calmarias e alegrias
De cinemas e televisão
De músicas que nos tocam o coração
De jardins floridos
De olhares queridos
De árvores de pele despida
De pessoas que encontramos na rua de mão estendida
De autoridades legítimas
De filhos que gritam ao colo dos pais
De cachorros de rabo entre as pernas
De caniches que deixaram de ser tratados como animais
De contradições que todos os dias nos chegam pela rádio
Das promessas dos chefes das nações
Das satisfações que temos que prestar aos patrões
Dos finais de mês em que contamos os tostões
Da falsa felicidade dos idosos nos bancos de jardim
De tanta coisa que não diz respeito a ti nem a mim
Do carro que de manhã não pega
Da beleza de um relvado envolvido na neblina de uma rega
Do parente que há muito a gente não vê
Dos amigos que vivem longe...
A vida do dia-a-dia é feita de tudo isso
E só tem sentido
Quando nos encontramos connosco
Quando em consciência ao beijar o nosso amor
Esquecemos aquela dor
Aquele discurso tosco
E encontramos em nós mesmos o aliado esquecido:
A recordação de quem fomos e somos.
Joaquim Marques
Mas vale a pena sempre tentar
Lembrar o que não sabemos esquecer:
Os percursos da vida vivida a correr
Os hiatos nas nossas emoções,
Tudo aquilo que nos fez sentir heróis
Nessas pequenas batalhas de fantasias,
Nessas alturas, nessas noites que serão sempre dias
Nesse enrolar de nós mesmos como fazem os caracóis
Nesses sons estrondosos como os dos trovões
Que são os gritos da nossa alma, do nosso querer
E tudo o mais que não se saboreia à mesa de um jantar.
E assim sendo
Saboreando as sobremesas do pensamento
No silêncio que sempre fazemos
Quando nos escutamos no meio da conversa dos outros,
Acontece em nós mesmos a exaltação
Desses momentos passados, presentes e planeados
Tão diferentes do nosso agir quotidiano
Mas que nos identifica e diferencia neste universo
Que são as constelações dos nossos relacionamentos com a vida.
Lembras-te meu amigo,
Daqueles momentos ténues que passaste contigo?
Lembras-te de que enquanto criança
Já o teu querer tinha uma esperança?
Recordas-te dos tachos e das panelas,
Agarrado às fraldas da tua mãe
A altura a que ficavam as janelas
As grades do teu berço
As viagens da tua imaginação,
Recordas-te como era saboroso olhar através delas?
Pois é assim amigo
Quis agora partilhar isso contigo e comigo,
E sabes porquê?
Porque no quotidiano nem sempre a gente se vê
E ele é feito de dias sucessivos
De ventos e marés
De calmarias e alegrias
De cinemas e televisão
De músicas que nos tocam o coração
De jardins floridos
De olhares queridos
De árvores de pele despida
De pessoas que encontramos na rua de mão estendida
De autoridades legítimas
De filhos que gritam ao colo dos pais
De cachorros de rabo entre as pernas
De caniches que deixaram de ser tratados como animais
De contradições que todos os dias nos chegam pela rádio
Das promessas dos chefes das nações
Das satisfações que temos que prestar aos patrões
Dos finais de mês em que contamos os tostões
Da falsa felicidade dos idosos nos bancos de jardim
De tanta coisa que não diz respeito a ti nem a mim
Do carro que de manhã não pega
Da beleza de um relvado envolvido na neblina de uma rega
Do parente que há muito a gente não vê
Dos amigos que vivem longe...
A vida do dia-a-dia é feita de tudo isso
E só tem sentido
Quando nos encontramos connosco
Quando em consciência ao beijar o nosso amor
Esquecemos aquela dor
Aquele discurso tosco
E encontramos em nós mesmos o aliado esquecido:
A recordação de quem fomos e somos.
Joaquim Marques
sábado, 19 de maio de 2007
sexta-feira, 18 de maio de 2007
São quentes estes dias de Verão:
Dias de sol – todo-poderoso,
Abatendo-se sobre as cabeças
Dos Homens com pensamentos estéreis
- Porque são quentes e estéreis
As areias do campo seco.
Seco e quente o falar dos Homens
Deste mundo inteligente
Cada dia menos inteligível
Como o pensamento estéril e quente.
Brotam as fontes, secas de sabor,
Lânguidos os estáticos lagos adormecem
Secos de frescura, a onda que
Provoca o pensamento quente.
Tenho sede de mim
E dos pensamentos que não quero ter
Todos os dias quentes de Verão.
Joaquim Marques
Dias de sol – todo-poderoso,
Abatendo-se sobre as cabeças
Dos Homens com pensamentos estéreis
- Porque são quentes e estéreis
As areias do campo seco.
Seco e quente o falar dos Homens
Deste mundo inteligente
Cada dia menos inteligível
Como o pensamento estéril e quente.
Brotam as fontes, secas de sabor,
Lânguidos os estáticos lagos adormecem
Secos de frescura, a onda que
Provoca o pensamento quente.
Tenho sede de mim
E dos pensamentos que não quero ter
Todos os dias quentes de Verão.
Joaquim Marques
quinta-feira, 17 de maio de 2007
quarta-feira, 16 de maio de 2007
terça-feira, 15 de maio de 2007
domingo, 13 de maio de 2007
Quanto mais leio os outros
As formas diversas de se expressarem
As metáforas elaboradas usadas
As palavras sinónimas inusuais
As imagens cantadas sempre iguais
Mais penso em mim
No meu buraco profundo
Cada vez mais fundo
Onde me escondo, envergonhado
Coberto de culpas, sem me sentir culpado
De só saber cantar assim
Tudo o que sinto sobre mim.
Serei demasiado directo?
Deveria ser mais abstracto,
Menos concreto?
Nem sei porque me queixo
Quando penso no poeta Aleixo
Nas suas quadras populares
Ou na literatura de cordel.
Mas nem com eles quero ser comparado.
Quero tão só ser fiel
A mim e ao meu ensejo
Apesar de tudo o que vejo
Por aí publicado.
Joaquim Marques
As formas diversas de se expressarem
As metáforas elaboradas usadas
As palavras sinónimas inusuais
As imagens cantadas sempre iguais
Mais penso em mim
No meu buraco profundo
Cada vez mais fundo
Onde me escondo, envergonhado
Coberto de culpas, sem me sentir culpado
De só saber cantar assim
Tudo o que sinto sobre mim.
Serei demasiado directo?
Deveria ser mais abstracto,
Menos concreto?
Nem sei porque me queixo
Quando penso no poeta Aleixo
Nas suas quadras populares
Ou na literatura de cordel.
Mas nem com eles quero ser comparado.
Quero tão só ser fiel
A mim e ao meu ensejo
Apesar de tudo o que vejo
Por aí publicado.
Joaquim Marques
sexta-feira, 11 de maio de 2007
quinta-feira, 10 de maio de 2007
quarta-feira, 9 de maio de 2007
terça-feira, 8 de maio de 2007
segunda-feira, 7 de maio de 2007
domingo, 6 de maio de 2007
Sinto no ar
Esvoaçando
Palavras soltas de esperança,
Sílabas caídas de um dicionário
- Augúrios de novos dias
Que embatem no meu ser.
Amigo do meu ser,
Ser do meu amigo malfadado
Ouço em nós
A voz da palavra que inventei
No silêncio que não descuro
O significado desejado.
Anunciai ao cosmos
Que eu não tenho
O ter de quem não possuiu – Sou
O simples eu albarroado...
Pelo pensamento traiçoeiro.
Sinto nas vozes e nas palavras
a arte única de fugir
À esperança que não quero
Destes dias que revivi.
É a vós que eu canto,
A vós palavras, sons e vozes
Do amanhã, porque vos
Sinto em mim
No significado da esperança que desejo.
Joaquim Marques
Esvoaçando
Palavras soltas de esperança,
Sílabas caídas de um dicionário
- Augúrios de novos dias
Que embatem no meu ser.
Amigo do meu ser,
Ser do meu amigo malfadado
Ouço em nós
A voz da palavra que inventei
No silêncio que não descuro
O significado desejado.
Anunciai ao cosmos
Que eu não tenho
O ter de quem não possuiu – Sou
O simples eu albarroado...
Pelo pensamento traiçoeiro.
Sinto nas vozes e nas palavras
a arte única de fugir
À esperança que não quero
Destes dias que revivi.
É a vós que eu canto,
A vós palavras, sons e vozes
Do amanhã, porque vos
Sinto em mim
No significado da esperança que desejo.
Joaquim Marques
sábado, 5 de maio de 2007
sexta-feira, 4 de maio de 2007
Lá fora chove
O tempo está húmido
O meu vizinho insiste
Em acender o carvão
E eu estou a ver com atenção
A quantidade de gás
Que ele está a gastar
Para contrariar
Tanta humidade.
Agora de guarda-chuva na mão
Tapou com jornais
Todo o carvão.
Iniciou a labareda,
Mas é pura ilusão
A humidade não vai deixar
Que o braseiro se faça
E ele irá desistir
De cozinhar a sua caça.
Ó tempo húmido porque te intrometes
Na vontade das pessoas?
Porque não lhes dás a provar
O encanto de cozinhar
Dentro de casa?
E eu aqui a observar
Aquilo que não devo,
Até parece que não tenho mais nada que fazer
Do que falar ao tempo
E meter-me na vida dos outros!
Joaquim Marques
O tempo está húmido
O meu vizinho insiste
Em acender o carvão
E eu estou a ver com atenção
A quantidade de gás
Que ele está a gastar
Para contrariar
Tanta humidade.
Agora de guarda-chuva na mão
Tapou com jornais
Todo o carvão.
Iniciou a labareda,
Mas é pura ilusão
A humidade não vai deixar
Que o braseiro se faça
E ele irá desistir
De cozinhar a sua caça.
Ó tempo húmido porque te intrometes
Na vontade das pessoas?
Porque não lhes dás a provar
O encanto de cozinhar
Dentro de casa?
E eu aqui a observar
Aquilo que não devo,
Até parece que não tenho mais nada que fazer
Do que falar ao tempo
E meter-me na vida dos outros!
Joaquim Marques
quinta-feira, 3 de maio de 2007
O ser humano
Nem sempre é humano
Porque na Humanidade
Há seres como tu
Sem humildade.
Que o Ser lá de cima
Me ajude a conservar a liberdade
De discernir
Entre a paz e o destino
Da guerra que tenho que travar
E com humildade encontrar
Outro ser humano
Por detrás da tua arrogância.
Porque nada,
Mesmo nada
É mais forte que a minha vontade
De te tratar com humanidade
E assim fazer crescer em ti
A humildade.
Joaquim Marques
Nem sempre é humano
Porque na Humanidade
Há seres como tu
Sem humildade.
Que o Ser lá de cima
Me ajude a conservar a liberdade
De discernir
Entre a paz e o destino
Da guerra que tenho que travar
E com humildade encontrar
Outro ser humano
Por detrás da tua arrogância.
Porque nada,
Mesmo nada
É mais forte que a minha vontade
De te tratar com humanidade
E assim fazer crescer em ti
A humildade.
Joaquim Marques
quarta-feira, 2 de maio de 2007
BUSTO
Foste a figura triste, amedrontada,
A expressão sempre requintada
Do espírito que demonstras.
Dos teus lábios o sorriso que encanta
O túmulo desta vida
Querida, malfadada,
No fogo que te atearam.
Vejo-me em ti –
Teu semblante, meu pensamento
Que ao longe sorri
Um dia futuro – companheiro.
Espera por mim
E conserva em ti aquilo que sou
Na morte que não posso ser
A fuga ao teu sorriso de estátua.
Joaquim Marques
Foste a figura triste, amedrontada,
A expressão sempre requintada
Do espírito que demonstras.
Dos teus lábios o sorriso que encanta
O túmulo desta vida
Querida, malfadada,
No fogo que te atearam.
Vejo-me em ti –
Teu semblante, meu pensamento
Que ao longe sorri
Um dia futuro – companheiro.
Espera por mim
E conserva em ti aquilo que sou
Na morte que não posso ser
A fuga ao teu sorriso de estátua.
Joaquim Marques
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