terça-feira, 13 de novembro de 2007

Solidão
É viver apartado do mundo,
Onde momentos de beleza
Se enaltecem.
O real é um sonho
E o sonho preconiza-se realidade.

Mas não sei !
Não ... não quero saber o porquê !
E para quê?

De cabeça erguida,
Olhos bem abertos,
Em redor
tudo é nada !
mas .. o nada é belo,
é a felicidade,
o amor e o carinho.

Solidão, tu és nada !

És o albergue
Daqueles que sofrem
As angustias
De uma frustração.
És o paraíso
Onde se vive
Como se gosta de viver,
Onde todos os problemas tem solução,
E as partidas são sempre vencidas.

Oh obscuro pensamento !
Autentico balde de água fria.
Tens razão,
O real é a realidade!

Apetece-me chorar, rir
Brincar.
Mas com quem?
Os amigos não são amigos,
Em cada rosto
A expressão cínica
E interesseira
Da implacável sociedade.

Não, não posso aceitar o jugo.
Vou fugir,
Vou mergulhar e tornar a viver !
Oh solidão
Solidão imensa, amo-te !

Joaquim Marques
(1978)