quinta-feira, 16 de agosto de 2007

Frenética
A música que ouço
Provoca em mim um não sei quê
Que não posso explicar.
Flúem os dias como a música.
Agitam-se os sentidos
À procura de algo que não sei.
Existiu? Existirá…?
Será que? – ter a certeza
É pior que viver num mundo incerto.
Sinto uma opressão em mim.
Frenética
Esta música que ouço
Faz-me sentir…
Tu não sabes amigo. Não,
Tu nunca gritaste loucura,
Nem ontem, nem hoje, nem…
- Só gritaste…
…Não me compreenderás!
E continua a música,
Frenética,
Desenvolve em mim um ser.
Já não sou seu!
Que terá acontecido? Aconteceu… (?!)
Passo, não passo… passarei?
Não faz mal,
Agora prefiro cheirar a rosa,
Banhar-me a mim e a ela
Na incerteza
Que impera em cada gota de água.
Adoro a água.
E esta música sempre
Frenética,
Faz-me lembrar algo a acontecer:
Notas, notas… notas…
gritai comigo:
Quero ficar aqui, assim
Embriagado na noite,
Bebendo música sempre
Freneticamente
Como ao ritmo que toca.

Joaquim Marques