quarta-feira, 4 de julho de 2007

INTERVALO

De 2007-03-04
A 2007-07-04
Todos os dias
Foi muito barulho
Agora
O silêncio
Finalmente, o silêncio
Preciso tanto dele para me voltar a ouvir.
Até a um dia destes
Espero que entendas.

Joaquim Marques

3 comentários:

Anónimo disse...

Uma vez eu lí que o problema do ser humano e não saber se ouvir...
Acho que isso é uma verdade...
Admitir...é diagnosticar que nem sempre estar sozinho é estar sem ninguém...
Ouvir-se antes de mais nada...é entender o universo inverso de nós...
É retirar-se no momento apropriado...mesmo estando acompanhado...
É silenciar todos os atos e gestos..
É ser o que ninguém mais pode ser...você mesmo...

Te adoro...

Beijos meu gato....

Anónimo disse...

Amigo Poeta,

Parabéns por tudo quanto aqui ''partilhaste'' nestes 4 meses!
Obrigada por me teres permitido ler-te e comentar-te!
Após o merecido silêncio, espero que voltes com toda a tua sensibilidade e todo o teu talento!
Espero por ti!...

Isa

Anónimo disse...

Puxo a cadeira, sento-me e arrasto-a para ficar bem perto da mesa. Ligo o computador, ouço o som familiar do iniciar do Windows. Clico no word e decido de uma página em branco escrever qualquer coisa, qualquer coisa de jeito. O pior é sair qualquer coisa de jeito. Tem que ser o que consideres bom ao ponto de ganhar eu o concurso. Escrevo, apago, martelo nas teclas do computador, deixo cair a cabeça no teclado, volto a levanta-la... Páro diante das frases começadas, coladas a cuspo... Estico os braços, estalo o pescoço e olho em volta... Livros e mais livros ... à minha volta nada... e eu ali diante de uma página em branco. Sinto-me diminuída, menos importante por não ser o futuro da construção, da cura... Apostei na invenção e isso não parece estar a resultar.... Torço a imaginação até à última gota, como se fosse roupa quando a máquina de secar avariou, como se a imaginação fosse um lençol de banho... A custo escrevo alguma coisa com qualidade, penso eu. Gravo num PC. Abro o envelope, selo-o e envio-o. Aí dentro está uma tentativa de palavras contadas pela minha boca e pelos dedos.


Momentos de espera esquecidos na prateleira...


A resposta chega e para variar nenhum prémio, nenhuma palmadinha nas costas, nada... Queria ser genialmente qualquer coisa, melhor queria ter sorte, para não dizer habilidade de ganhar alguma coisa...parece que tudo em que me dedico se condena a não se concretizar...faço muito e pouco esforço, acredito mais e menos mas parece não resultar. Estou condenada ao fracasso e a viver no sonho do que poderia ter sido. Parece que falo de Portugal, mas afinal falo de mim, só de mim... Ainda acredito que Portugal pode melhorar, quanto à minha pessoa, agora no desfazer da onda da expectativa nem por isso...


Continuo a olhar o céu a ver as nuvens passar....Só queria ganhar alguma coisa...

:)