Cheguei a casa já passava das oito
Arrumei as compras
Deixei a salada e os filetes ali de lado
Não liguei a televisão
Coloquei dois panos individuais novos
Branco pérola
Os pratos da mesma cor e os talheres
Os copos de cristal e os guardanapos
Estava a mesa posta para nós os dois.
Temperei a salada naquela saladeira de cristal
O pão fresco na cesta
Servi no meu prato os filetes
Abri uma garrafa de vinho branco seco
E jantei sozinho contigo
Em silêncio, em harmonia
E decidi de agora em diante assim fazer
Todos os dias
Como hoje
Em que só estiveste presente no meu pensamento.
E assim em paz
Tranquilamente farei o meu luto.
Joaquim Marques
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
4 comentários:
Surpresa boa!
A Bela a falar comigo e eu querendo partilhar contigo...
Repita...como gostaram!
Sabes?
És um Chefe Querido!
Um abraço do tamanho do meu carinho!
:)
"Jantei sozinho contigo"...
Resulta? Compensa todo o ritual, justifica os cristais, o vinho branco seco?
"Jantar sozinho/a com o outro" é das coisas mais dolorosas que nos podem acontecer. A não ser que não seja amor, mas alívio pela partida do outro...
Gostei de ler os teus poemas.
Ai que dor me deu agora...
Como é triste um quadro assim...
Mas as vezes fazemos sem necessariamente ser real...
Sem colocar a mesa...porém colocamos mais que isso...
Nossos pensamentos voam longe quando estamos em frente de algo que lembra a quem amamos...
E como uma mesa posta....fingimos que está ali...presente...
E novamente reconstituímos o momento que foi há muito especial....
Daí vem alguém falando...um buzina apitando...e despertamos do encanto... desencanto...da dor doce de reviver mais uma vez...
E bebemos o momento amargo,engolimos o que já foi importante...
E no dia seguinte...mais uma vez...
nos deparamos com mais uma mesa...
Até que um dia...não exista mais fantasma
Até que um dia...algum dia..dermos lugar a quem realmente merece essa mesa...
Te adoro demais..
Beijos
Olá Joaquim,
Já regressaste do teu silêncio? Bjs
Enviar um comentário