sábado, 30 de junho de 2007

É uma falácia afirmar que há
Mulheres fáceis e Mulheres difíceis.
Nada de mais errado meu jovem rapaz:
É sempre e só quando elas querem!
E a arte está em fazer com que elas queiram.
Porque não usas a técnica do rabo do porco?



Joaquim Marques

sexta-feira, 29 de junho de 2007

Eu ser ou não ser
Verdade ou mentira
Ser a mentira mais verdadeira do universo
Ou o inverso
É o que hoje quero escrever em cada verso.
É assim que me sinto neste universo
De mentes ilustres
De inúmeros umbigos inchados
Que julgam que a sua verdade
Se impõe à minha vontade
De fazer, de escrever, ou calar
Tudo e quanto me apetece.
Estou farto de me repetir:
Que na minha vida
No meu querer
Nada, mesmo nada, é mais forte que a minha vontade
Apesar de nem sempre ser verdade!
E agora!... quando é que é verdade
Ou mentira a minha vontade?
Não sabes responder, não é?...Nem eu!

Joaquim Marques

quinta-feira, 28 de junho de 2007

A Sétima Mentira do Mundo



Em boa verdade
Elegeram-me como a melhor
Mentira de verdade disfarçada.
Fui eleito pelo colégio da Sinceridade
Com um voto contra da juíza Honestidade
Depois de analisada
A minha lírica publicada.
Sou a sétima mentira do Mundo
Galardão que aceito com humildade.

Joaquim Marques

terça-feira, 26 de junho de 2007

Rute

Sempre quis ter uma empregada assim
Que cuida de mim
Cuida do meu trivial
Nas roupas e na casa dá um toque especial
Deixa tudo como eu quero
Encontro tudo como espero
Da forma que ela também acha normal
Estamos em perfeita sintonia
É mesmo como eu queria
Ou então fui eu que me deixei arrebatar
Pelo seu jeito de comigo lidar.



Joaquim Marques

domingo, 24 de junho de 2007

Querias me conhecer
E aqui estou eu despido de tudo
Tapado só de ar
Transparente como a verdade
E só me escondo naquilo que não queres ver
Aquilo que a tua formação não permite entender.
As minhas mãos são sempre as mesmas
Todos os dias
Estando quentes ou frias
Os meus braços esticados
São os mesmos quando te envolvem apertados.
E por aí adiante...
Tenhas tu a capacidade ver
Para além da minha aparência
Todos os dias da minha existência!

Querias me conhecer?!
Aqui me tens: nu e à mercê do teu entender!


Joaquim Marques

sábado, 23 de junho de 2007

Tive uma branca
Como aquela sensação louca
De saber a palavra exacta
Mas que não nos sai da boca
Está ali debaixo da língua
Ali tão perto
Ai!... ali tão perto, como se diz....
Batemos com os pés no chão
Coçamos o nariz
Damos uma pirueta, um soco no portão
Pedimos ajuda
Mas a garganta parece por instantes ficar muda
E os outros, atónitos
Debitam tantos sinónimos
E nada!
Daqui a instantes vou-me lembrar...

Aconteceu comigo
Por momentos esqueci-me mim e de ti
Mas foram só uns instantes
Os anos em que nada escrevi.


Joaquim Marques

sexta-feira, 22 de junho de 2007

Tenho uma vida profissional
Que me rouba imenso tempo.
Mesmo que seja só meio dia
É muito tempo roubado à fantasia
Ao tempo e à vida que eu gostaria
De ter só comigo e com a poesia.

Mas não conheço outra maneira
De ultrapassar aquela barreira
Que é a caixa da mercearia
Do Ti Belmiro de Azevedo
Que só troca os feijões
Por tostões
Por isso não tenho sossego
Trabalhando neste emprego
Onde gasto tanta energia
Que bem mais útil seria
Gasta a escrever poesia.

Joaquim Marques

quinta-feira, 21 de junho de 2007

Já te disse mais que uma vez
Que não quero esse teu amor
Esse assédio a que o meu coração não cede
Essa sombra que me persegue
Vá eu para onde for.
Porque não fizeste como as outras
Que na fila permanecem sossegadas
Esperando que chegue a sua vez?
Vai-te embora ó melga!
Mas vai-te embora de vez
Ou é preciso eu deixar de ser cortês
E usar um insecticida eficaz
Já que o repelente que uso não é capaz?
Vai, vai ... segue o teu caminho
Eu não sou o teu queridinho
Nem um lugar na fila te deixo ocupar
Nem no ultimo, que era o que te iria destinar.


Joaquim Marques

quarta-feira, 20 de junho de 2007

Retrato

Pensamentos velados
Ao parecer
Não são impensados
E de sério
Que não os gestos,
As palavras
Essas
Soltas
Não são repetidas
São tudo dela
Nestas palavras perdidas
De sentido imprevisto
E pensamento velado.


Joaquim Marques

terça-feira, 19 de junho de 2007

A modéstia do arrogante
É tão grande
Quanto a dificuldade
Que ele tem
Em aceitar-se tão humilde
Como os outros.


Joaquim Marques

segunda-feira, 18 de junho de 2007

São potencialmente escuras
Estas manhãs de Outono
Deste tempo de ninguém.
Arrefece-me a lucidez exemplar
E gela-se a força das ideias diferentes
Porque dos óculos escuros
Não posso fazer uso
E o disfarce inusado
Desaglutina-me a emoção
Tão rouca como a voz
Que calo
Porque condiz com o estado de espírito
E de saúde
Muito iguais nas pessoas que reparam nestes dias.


Joaquim Marques

domingo, 17 de junho de 2007

O Ninho


Está tudo errado...
Deixei de ser eu
Rendi-me à moda
Aos meus poemas agora ponho títulos
Acompanho-os de imagens...
Estou com a alma destroçada!

Que saudades eu tenho
Daquele camisa rota
Daquela jaqueta enrugada
Da barba mal aparada
Do meu pensar libertino
Dos versos soltos sem tino.
Mas estou consciente
Que por momentos estou a agradar a muita gente.

Mas depois, qual alma penada
Voltarei errante à minha estrada
Retomando o caminho
Que de tão longe me leva de volta ao ninho
De onde saí num voo atabalhoado:
Fui empurrado
Dei cambalhotas
Aterrei num telhado
De um castelo maldito, amaldiçoado.
Desde então grito tão alto
Chamando por ti
Mãe ausente, carinho premente:
Vem-me acudir
Vem depressa que eu já não sei como ir
Ao teu encontro, pró teu regaço
Descansar desta vida ruim.
Oh minha mãe porque me abandonaste assim?

Joaquim Marques

sábado, 16 de junho de 2007

Neste sofá


Ando muito cansado
Tudo me dói
As pernas, os braços
Os pensamentos
As memórias dos passos
Que fui dando
Os efémeros carinhos dos afectos.
Errante pela vida estou
Até ao mobiliário diferente uso dou
Sento-me refastelado
Neste sofá, acordado
E acordo ali deitado
Ainda mais cansado.
E assim passo os dias
As noites
Como se o momento fosse de intervalo
Meia hora ao sol
Na prisão onde fui condenado
A passar o meu tempo
Por algo que fiz e não lembro.

Joaquim Marques

sexta-feira, 15 de junho de 2007

Aquecimento global


Foi a incúria dos Homens, a ganância dos governos, que do mau uso consecutivo dos recursos naturais levou ao estado em que hoje está o nosso planeta: aquecido cada vez mais, de tal forma que nem vamos precisar de andar vestidos. Vai ser a ruína da industria têxtil.
Já grandes sábios, cientistas de renome e organizações ambientalistas nos tinham alertado para estas ocorrências. Com especial incidência no nosso amado Portugal que já está a sofrer, por causa do aquecimento global, secas prolongadas. Tenho dado muita importância a estes estudos científicos.
Não fora os planos de combate aos incêndios que o ex-ministro António Costa implementou, com uma eficácia de 100% até agora, e estávamos numa situação bem pior que a vaticinada pelos ilustres cientistas.
A minha videira que me dava uma sombra fundamental nos meses de verão, secou. Ainda pensei que tivesse sido pelas obras que o vizinho fez no acesso à garagem e lhe cortou a raiz, mas não, foi pelo aquecimento global. Corri a substituir a videira por canas de bambu e desde que as coloquei em Maio deste ano, não parou de chover.
Só é pena as minhas canas apodrecerem.
Pondero pedir uma indemnização ao ex-ministro Antonio Costa.
O resto já não me interessa.
( meteorologia de 2007-06-14, céu nublado e chuva em todo o território)



Joaquim Marques

quinta-feira, 14 de junho de 2007

Aos leitores

Em Março deste ano
construí um blog
nada de extraordinário...
é mais um entre milhares
mas para mim foi diferente
ter permitido desde então outros olhares
sobre mim e meus cantares
por poetas e anónimos vulgares.
Hoje pergunto-me porque continuo a alimentar
esta nova forma de publicar,
a ler e a autorizar
comentários diferentes e simpáticos
anónimos e identificados
comentários idiotas e mal educados
pois nem uns nem outros me motivam
a escrever mais e de forma diferente
sobre o que preocupa a minha mente.
Uma coisa vos digo:
não fora o permanente incentivo
da minha mana velha
há muito teria desistido
de tornar publico o meu olhar
nesta nova forma de publicar.
E querem saber porquê, não é ?
É porque eu sei que deste texto todo
a maioria só se vai concentrar
na pedra brilhante rodeada de lodo
no brilho luminoso desta centelha
querendo saber afinal quem é
a minha mana velha.

Joaquim Marques

quarta-feira, 13 de junho de 2007

O Lago




No ano passado
construí um lago
e uma cascata
recuperei um baloiço
e coloquei-o debaixo da nespereira
e ali sentado
todos os dias oiço
a voz da minha alma grata
à água pela singela maneira
como alivia o meu enfado.

Joaquim Marques

terça-feira, 12 de junho de 2007

Na tua contabilidade
Entre o dar e o receber
Nunca ficarás a perder
Se deres sem esperar.
E receberes sem querer.

Especialmente no amor deves aplicar
Esta regra elementar
E assim ficarás sempre a ganhar
Já que o amor é uma forma de estar.

A não ser que te deixes apaixonar,
Nessa altura
Ofereces com doçura
O amor do teu coração
E deixa de dar razão
Ao teu sentimento de posse.

Se meu
É aquilo que não é de mais ninguém
E o teu amor
É por alguém
Por um Ser Humano
Então ama livremente o fulano
E lembra-te caso tenhas esquecido
Que o sentimento de posse
Foi há muito abolido
Desde aquela funesta altura
Do tempo da escravatura.

Joaquim Marques

domingo, 10 de junho de 2007

A bela mosca
o moscardo
a varejeira
e a estrumeira
um quadro de beleza
criado pela Natureza
para nosso regalo.

Pintaram e cantaram já o cavalo
o potro
e o Nobre cavaleiro
e apeado o seu escudeiro
mas nunca vi cantar a bosta e o bueiro.

Sinto-lhe o cheiro
é aroma da Natureza!

Admiro o voo da mosca
e a sua destreza
quando poisa no cocó do cavalo
e de seguida na sobremesa
da menina de Cascais
que veio passear à província
na companhia dos pais.

Tudo isto é Natureza
até o cocó do cavalo tem a sua beleza
até as moscas e as varejeiras
têm a sua função nas estrumeiras
porque é delas que se alimentam as batateiras
de onde provém a batata frita que a menina de Cascais
come no Mc Donald’s na companhia dos pais.


Joaquim Marques

sábado, 9 de junho de 2007

Ama-me só por amar
Dá-te sem pensar
Na mágoa e na amargura

Ama-me só por amar
Exercita o perdão
E tornarás mais clara a noite escura.

Ama-me só por amar
Deseja sem me aprisionar
O sentimento de ternura.

Ama-me só por amar
O bom e o menos bom
A totalidade do ser que em mim perdura.

Ama-me só por amar
Como se ama um filho
Deficiente, doente ou em clausura.

Ama só por amar
A ti mesma, o teu ser
E será mais fácil a tua vida futura.


Joaquim Marques

sexta-feira, 8 de junho de 2007

Retrato

Alguns dias ela está ali
Uns dias séria outros sorrindo
Dias passados dias futuros
Representam no seu rosto presente
Expressões de ternura. Sedutora ?
Yes ! Sedutora da alma.


Joaquim Marques

quinta-feira, 7 de junho de 2007

Acontece muitas vezes às pessoas
Que de sentimentos
São agarradas a todos os lugares
A ideia de que o partir não existiu
E a chegada
É a continuação da vida
Antes do partir.


Joaquim Marques

quarta-feira, 6 de junho de 2007

Convite

A minha sina é viajar
A correr e a saltar
E a mudar de lugar.
O meu sossego é ficar
Parado e quieto
A olhar
A beleza do jardim
Deste lugar
Neste meu castelo de encantar.

Todos os dias penso em parar,
Em contrariar
A minha sina
E ficar aqui
Solto dos compromissos que vivi.
Todos os dias acordo vestido
De mim e de nada
E dos pensamentos da noite passada,
E de chávena na mão
Olho com emoção
As realizações
Do meu querer.
E fito o orgulho que deixo
Neste lugar,
Onde repouso de cada viagem,
Que deixei de fazer
Mas que sei
Que voltará a acontecer.

Se a minha sina é viajar,
E é sempre a mudar de lugar,
E se ela me adivinha,
Ela sabe que voltarei sempre aqui,
Ao lugar onde renasci
Desde que te construi
Meu castelo de encantar.

Voltei a nascer aqui,
Voltei aqui a viver
E a partilhar o meu querer
Com todos e com ninguém
E sinto que serei para além
Do anfitrião,
Um amigo e um irmão
De colher de pau na mão
E olhar enternecido
Pelo prazer oferecido
A quem se quis acolher
Neste meu lugar, neste meu entender
De que há sempre alguém que exclama :
eu aqui sinto-me bem !

Amigo do coração,
Conhecido só de ocasião,
Eu vivo aqui,
vivo a pensar em mim e em ti
e foi por nós que construí
este lugar de eleição
enaltecido pelo meu coração
e embelezado
pelas cores destas manhãs de verão.

Joaquim Marques

terça-feira, 5 de junho de 2007

Vejo além uma moça
vejo-a como quem a vê.
Alberto Caeiro também a veria assim.
(gostava de ver o Caeiro
a ver-se ao espelho
como faz além aquela moça)

Eu vejo-a como todos a vêem,
com o olhar atento
nas ondas do seu cabelo revolto.
Estou a vê-la como todos a vêem,
de costas como todos estão
quando se penteiam ao espelho
vistos por outras pessoas com olhos de ver.
Só com olhos de ver!

Mas agora estou a vê-la melhor:
com o pensamento nela
e os olhos postos nos seus cabelos revoltos
de costas para mim.

Fechei os olhos.

Abri-os.
Agora vejo-a melhor, muito melhor
que o melhor que via antes:
vejo a sua imagem reflectida no espelho:
com os olhos vejo o espelho e a moça,
com o pensamento vejo-lhe o rosto.

Joaquim Marques

domingo, 3 de junho de 2007

É hoje o aniversário delas
Elas que nos pariram
Delas, que ambas partiram
Uma de vez
Outra estando cá
Está como nós, esperando a sua vez.

Chegamos um dia
Chegámo-nos numa noite fria
Partimos acalorados
Fomos, seguindo os nossos fados
Mas hoje sei que te lembras de mim
E de ti eu recordo-me no teu destino
Destino dos que se cruzaram
E por instantes partilharam
E seguiram adiante
Seguindo o que para cada um era mais importante.


Joaquim Marques

sábado, 2 de junho de 2007

2 de Junho de 1983,
Uma data, um lugar,
Uma situação momentânea
De conviver diferente -
De um diferente espectacular.

Ao procurar muitas vezes as diferenças,
Aconteço em mim
O espectáculo do pensamento
E fico diferente nesse momento
Porque não é como eu queria.

Açores

Joaquim Marques

Despedidas

As pessoas hoje em dia, em Lisboa, quando se despedem umas das outras ficam meio atrapalhadas, não sabem como se desenvencilhar daquele momento e criam diálogos absurdos e sucessivos, repetidamente retorquidos, como se o acto de despedir fosse uma coisa complicada, pouco entendida. Então para que fique bem frisada a sua intenção caem na repetição de sinónimos para ver qual dos dois desiste primeiro. É vê-los nos cafés e pastelarias, ouvi-los ao telefone, na rua, à saída dos prédios, por todo o lado se pode observar esta nova forma de prolongar uma conversa terminada:
-Então vá, até logo.
-Até logo, depois eu dou notícias.
-Mas olhe se a notícia for conforme o que combinámos não deixe de telefonar. Ficamos assim combinadas, boa tarde.
-Está bem, vá lá! O seu telefone ainda é o mesmo?
-Sim ainda é o mesmo, boa tarde.
-Então vá, boa tarde, cumprimentos aos seus pais.
-Serão entregues obrigada, agora tenho mesmo que ir, já vou chegar atrasada.
-Boa tarde, prazer em vê-la. Mas olhe, mesmo assim passa por cá amanhã?
-Sim, sim, darei um jeitinho. Beijinhos até amanhã.
-Então vá! Beijinhos, até amanhã.
-Adeus dona Deolinda!
-Adeus menina, juízo!
-Ah sou muito ajuizada (risos), tchau!
-Tchau, beijinhos, cuidado com o degrau.
-Ah o degrau! Já no outro dia me ia aqui espalhando.
-Pois... Olhe que não seria a primeira, então vá!
-Então vá!
-Então vá!
-Beijinhos!
-Beijinhos!
-Quer que lhe feche o portão da rua?
-Não é preciso, deixe estar...
-Mas e o seu BOBI não foge para a estrada?
-Oh... esse desgraçado, salta o muro e dá-me cabo das roseiras.
-Ah que chatice... sempre admirei a as suas roseiras... agora vou, adeus
-Adeus menina!
-(Que velha chata, finalmente consegui livrar-me dela)
-Porra, queimou-se o refogado! Raios me partam... (Que menina oca, intrometida... vá lá para casa dela chatear a mãe dela)
-Dona Deolindaaaaa!.... Oláaaaa!...
-Atão? O que aconteceu?
-Perdi o comboio!

Haja paciência!
Joaquim Marques

sexta-feira, 1 de junho de 2007

O Amor,
Coitado do Amor!
O Amor não é um Ser
O Amor é um sentimento sem Ser
Apesar de todo o Ser
Gostar de o ter
De o ler,
De o escrever
De extravasar as suas emoções
Como neste verso de Camões:
“Amor é fogo que arde sem se ver”
Entre outros conceitos publicados.
Apesar de eu não ser
Do clube dos iluminados
Acho-me no direito de falar
Dos Amores acabados
E até de os imaginar
Na pena dos pirómanos empolgados:
“ Fogo é amor que sinto sem te ter”.
É por isso que gostava de entender,
Se o amor pode ser fogo
Se arde sem se ver,
Porque é que o fogo não pode ser
Amor
Com sentimentos a arder?
E quando se extingue,
E se apagou a chama,
O que fica depois de um sentimento terminado?
A mesma tristeza depois do fogo dominado,
Uma paisagem com ar desolado?

Coitado do Amor
Que ao fogo o quiseram comparar.
São ideias, pensamentos, emoções
Eu sei
Tudo boas intenções
Que ao inferno irão parar
Onde o fogo arde sem cessar.

O Amor nem é fogo
Nem se deixa apagar
É um sentimento maior, mais que um jogo
É uma forma de estar.


Joaquim Marques