domingo, 27 de maio de 2007

Sentei-me, levantei-me
Sentei-me e voltei-me a levantar
Tenho tanto para me dizer
E nem sei por onde começar.

Há dias em que estou assim
Cheio, repleto.
É tanta a paz,
A dúvida, a incerteza
É tanto de tudo e nada me apraz.
Procuro então em mim o rapaz
O jovem astuto
O adulto capaz
De saber viver este calmo momento
Com a mesma energia com que vivo o tormento.

Sou mais que uma represa
Sou uma barragem cheia
Tão cheia que tenho que rejeitar
A água que antes eu clamava
Quando antes era um açude cheio de nada
Quando em vez da água só havia ar.
Porque é que eu sou assim?
Porque é que nunca estou satisfeito?
Quem me deu o direito
De andar sempre contrafeito?
Às vezes ponho-me a pensar
Na vida que gostava de levar
Até penso nos versos que canto
E me pergunto porque não estão a rimar
E quando rimam, não gosto de os cantar.
Pois é, tenho dias assim
Tenho dias em que me sinto sem mim
Sem saber onde me encontrar
Sem saber se devo rir ou chorar.

Joaquim Marques

3 comentários:

Anónimo disse...

Vida de Contradições e... de Loucura

Momentos de paixão
Momentos de beleza
Momentos de desilusão
Momentos de tristeza...

Sentimentos transparentes
Desequilíbrios e emoções
Verdades aparentes
Estranhas sensações...

Momentos de prisão
Momentos de estabilidade
Momentos de ilusão
Momentos de intranquilidade...

Tantas hipocrisias
Grandes confusões
Falsas alegrias
Vida de contradições...

Momentos de incerteza
Momentos de aventura
Momentos de fraqueza
Uma vida de loucura...

Isa

Anónimo disse...

Todos os dias se dorme sobre o que se procura, e mesmo assim milhares de quilometros percorremos.Ser maravilhoso és. Deus não dorme, por vezes tira um cochilo, é o cansaço...

Anónimo disse...

Olá Joaquim,

Obrigada pelas palavras que gentilmente me escreveu. Fico toda vaidosa com o seu comentário.
O Joaquim tem um sentido muito humano das coisas no que escreve, e é por causa dessa sua pureza que gosto tanto de o ler.
Um beijinho

Joana