domingo, 13 de maio de 2007

Quanto mais leio os outros
As formas diversas de se expressarem
As metáforas elaboradas usadas
As palavras sinónimas inusuais
As imagens cantadas sempre iguais
Mais penso em mim
No meu buraco profundo
Cada vez mais fundo
Onde me escondo, envergonhado
Coberto de culpas, sem me sentir culpado
De só saber cantar assim
Tudo o que sinto sobre mim.

Serei demasiado directo?
Deveria ser mais abstracto,
Menos concreto?
Nem sei porque me queixo
Quando penso no poeta Aleixo
Nas suas quadras populares
Ou na literatura de cordel.
Mas nem com eles quero ser comparado.
Quero tão só ser fiel
A mim e ao meu ensejo
Apesar de tudo o que vejo
Por aí publicado.



Joaquim Marques

2 comentários:

Anónimo disse...

Escondo-me atrás da fé...
Escondo-me por detrás da esperança
Contida no meu silêncio!...
Sem palavras
Sem metáforas
Sem imagens...
Deixei de ser directa...
Mergulhei no meu silêncio...
É aí que me escondo
Por detrás da esperança!...

Isa

Joana Roque Lino disse...

Olá Joaquim,

Acho que deve continuar a ser fiel a si mesmo, com mais metáfora, menos metáfora, mais palavra bonita, menos palavra bonita, porque no fim o que importa é aquilo que verdadeiramente somos, não é?
Mesmo o poeta Aleixo se comparava, na sua sábia mestria, quando dizia: "eu sei que pareço um ladrão, mas há muitos que conheço, que sem parecerem o que são, são aquilo que eu pareço".
Um abraço
Joana