sexta-feira, 4 de maio de 2007

Lá fora chove
O tempo está húmido
O meu vizinho insiste
Em acender o carvão
E eu estou a ver com atenção
A quantidade de gás
Que ele está a gastar
Para contrariar
Tanta humidade.

Agora de guarda-chuva na mão
Tapou com jornais
Todo o carvão.
Iniciou a labareda,
Mas é pura ilusão
A humidade não vai deixar
Que o braseiro se faça
E ele irá desistir
De cozinhar a sua caça.

Ó tempo húmido porque te intrometes
Na vontade das pessoas?
Porque não lhes dás a provar
O encanto de cozinhar
Dentro de casa?

E eu aqui a observar
Aquilo que não devo,
Até parece que não tenho mais nada que fazer
Do que falar ao tempo
E meter-me na vida dos outros!

Joaquim Marques

2 comentários:

Anónimo disse...

TEMPO...TEMPO...TEMPO...
Como eu queria que o tempo fosse um ser humano...
Já pensou se fosse?
Poderia conversar com ele...saberia os momentos que foram mais significantes e perdemos...
Poderia saber quais seriam os momentos que poderíamos aproveitar...
Eu passaria uma eternidade conversando com o tempo...quem sabe ele me proporcionaria um tempo para que alguém me amasse em tempo...em tempo de não perder tempo no tempo...e sumir...e me abstrair...e desaparecer...a cada segundo...
Porque o tempo em que estou agora ....
Não é tempo para mim...mas preciso dele....desesperadamente...
Preciso dele....
Nâo por que o tempo passa...mas porque ele pode me acordar, de um tempo ruim...

Cumplicidade disse...

Pedimos a cada gota para levar o que é nosso,
sabemos que às vezes falta um pouco de nós,
fartote do ser o que já fomos,
acorrentados ao nosso redor,
leva nos a concluir que Às vezes falta nos a razão,
levando nos a sair por algo maior.