segunda-feira, 21 de maio de 2007

Foge o dia
fogem os olhares
esses máximos
olhares sem fim.
Tudo Foge
e eu aqui sentado,
a perna enferma
que olho
com olhos que me fogem.
E eu que também
costumo fugir
e sair
ouvir tudo o que no
silêncio é nada.
Foge o dia
toda a alegria,
todo o vento,
a espuma da baba
que expilo.
Foge-me o olhar
foge a morte
foge a vida
fogem todos
fujo eu aqui sentado
fugindo a mim e à cadeira que agarro.


Joaquim Marques

3 comentários:

Anónimo disse...

"Um homem com uma dor é muito mais elegante".Leminski
Que dor é essa? Que elegância amarga é essa que compõe nossa mínima parte? Nossa íntima sofreguidão, nosso dilaceramento contínuo?
È a dor, e nada mais. Dor que apenas se sente. Também a podemos carregar. É a nossa resposta à inexorável crueza da vida.

Beijo
:)

Anónimo disse...

Quero fugir
Da dor e do sofrimento
Da angústia e da tristeza
Da saudade e do tormento

Quero fugir
Dos olhares e da indiferença
Das palavras ditas e do silêncio
Da emoção e do sentimento
Da rejeição e do esquecimento

Quero fugir
Do mundo
Quero fugir
Da vida

Quero fugir
De todos
Quero fugir
De mim...

Isa

Anónimo disse...

Quero fugir
Da dor e do sofrimento
Da angústia e da tristeza
Da saudade e do tormento

Quero fugir
Dos olhares e da indiferença
Das palavras ditas e do silêncio
Da emoção e do sentimento
Da rejeição e do esquecimento

Quero fugir
Do mundo
Quero fugir
Da vida

Quero fugir
De todos
Quero fugir
De mim…

Isa